quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Vestes Litúrgicas.IV


Vestes Litúrgicas – Servidores na missão...

Portal Ecclesia

 


As vestes, além da sua função protetora e estética, podem ter também uma função simbólica: socialmente, não é indiferente a veste de uma noiva, ou a das autoridades, a de alguém que está em festa ou de luto, ou o hábito de uma ou outra família religiosa. Na Bíblia, a veste branca é, por exemplo, a veste do ancião que Daniel vê, a dos anjos nas aparições pascais ou a dos vencedores do Apocalipse.

 

Também nas celebrações litúrgicas as vestes desempenham um papel relevante. Frequentemente, são os próprios fiéis que se vestem de um modo especial: é evidente o simbolismo da veste branca que se impõe ao recém-batizado, e, que nos primeiros séculos, conservavam desde a Vigília Pascal até ao domingo seguinte (por isso, antigamente, era chamado Domingo in Albis). A «tomada do hábito» dos religiosos (ou o «dependurar os hábitos»), exprime com a mudança de vestes a nova situação da pessoa, tal como se faz na vida social com a «investidura» nos cargos, por exemplo, dos juízes ou dos catedráticos. Embora continue a ser verdade que o «hábito não faz o monge», não é indiferente a forma como uma pessoa se veste.

 

Mas, liturgicamente, é, sobretudo, o presidente e os outros ministros da celebração que se vestem de modo simbólico para o seu ministério. Na liturgia judaica já se concedia importância – para alguns, até excessiva – a estas vestes, como sinal do carácter sagrado da ação, da glória de Deus e da dignidade dos ministros.

 

Nos primeiros séculos, não consta que os ministros cristãos atribuíssem especial significado à questão das vestes, dentro ou fora do culto. Em todo o caso, parece que o realizavam com as vestes dos dias festivos, com as longas túnicas romanas. Quando estas perderam o seu uso civil, conservaram-se, porém, para os atos cultuais, e daí se originou a diferenciação, que, sendo natural e lógica, nas primeiras circunstâncias, se aceitou perpetuada na pedagogia da ação sagrada. E, neste caso, talvez se tenha chegado a uma exagerada «sacralização», e, até aos nossos dias, também ao costume de lhes chamar «ornamentos sagrados».

 

Atualmente, a veste litúrgica básica para os ministros é a alva, a *túnica branca, com a forma mais estética possível e à medida da pessoa. Sobre ela os ministros ordenados colocam a estola, e aquele que preside à Eucaristia, sobrepõe-lhe a casula. Outras vestes são a dalmática, que caracteriza o diácono, e a tunicela, que utilizavam os subdiáconos. O roquete usa-se sobre a batina, em algumas ¬celebrações. O Véu de ombros (ou umeral), a capa pluvial e alguns distintivos pontificais, como o pálio, são outras das vestes que se usam na liturgia.

 

O uso das vestes diferenciadas dos ministros, nas celebrações, não tem uma finalidade em si mesma, como se estas vestes fossem algo sagrado. Têm, simplesmente, uma função pedagógica:

 

• distinguem as diversas categorias de ministros, identificando-os segundo o ministério que realizam dentro da comunidade;

• contribuem para o decoro e a estética festiva da celebração, segundo a gradualidade das solenidades e a cor dos tempos litúrgicos;

• e ajudam a entender o mistério que celebramos: não se trata de uma ação profana, mas sagrada, e os ministros não são só um grupo de amigos ou de líderes, mas ministros da Igreja e representantes de Cristo. Os primeiros beneficiados pelo uso das vestes litúrgicas são os próprios ministros, porque elas lhes lembram a sua condição de ministros e de servidores, em nome da Igreja e de Cristo (cf. orientações que a este respeito deu o Episcopado dos Estados Unidos, em 1978: cf. EDREL 580-593; 2490-2492).

 

Fonte: http://www.portal.ecclesia.pt/ecclesiaout/liturgia/liturgia_site/dicionario/dici_ver.asp?cod_dici=462.

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