Vestes Litúrgicas – Servidores na missão...
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As vestes, além da sua função protetora
e estética, podem ter também uma função simbólica: socialmente, não é
indiferente a veste de uma noiva, ou a das autoridades, a de alguém que está em
festa ou de luto, ou o hábito de uma ou outra família religiosa. Na Bíblia, a
veste branca é, por exemplo, a veste do ancião que Daniel vê, a dos anjos nas
aparições pascais ou a dos vencedores do Apocalipse.
Também nas celebrações litúrgicas
as vestes desempenham um papel relevante. Frequentemente, são os próprios fiéis
que se vestem de um modo especial: é evidente o simbolismo da veste branca que
se impõe ao recém-batizado, e, que nos primeiros séculos, conservavam desde a
Vigília Pascal até ao domingo seguinte (por isso, antigamente, era chamado Domingo
in Albis). A «tomada do hábito» dos religiosos (ou o «dependurar os hábitos»),
exprime com a mudança de vestes a nova situação da pessoa, tal como se faz na
vida social com a «investidura» nos cargos, por exemplo, dos juízes ou dos
catedráticos. Embora continue a ser verdade que o «hábito não faz o monge», não
é indiferente a forma como uma pessoa se veste.
Mas, liturgicamente, é, sobretudo,
o presidente e os outros ministros da celebração que se vestem de modo
simbólico para o seu ministério. Na liturgia judaica já se concedia importância
– para alguns, até excessiva – a estas vestes, como sinal do carácter sagrado
da ação, da glória de Deus e da dignidade dos ministros.
Nos primeiros séculos, não consta
que os ministros cristãos atribuíssem especial significado à questão das
vestes, dentro ou fora do culto. Em todo o caso, parece que o realizavam com as
vestes dos dias festivos, com as longas túnicas romanas. Quando estas perderam
o seu uso civil, conservaram-se, porém, para os atos cultuais, e daí se
originou a diferenciação, que, sendo natural e lógica, nas primeiras
circunstâncias, se aceitou perpetuada na pedagogia da ação sagrada. E, neste
caso, talvez se tenha chegado a uma exagerada «sacralização», e, até aos nossos
dias, também ao costume de lhes chamar «ornamentos sagrados».
Atualmente, a veste litúrgica
básica para os ministros é a alva, a *túnica branca, com a forma mais estética
possível e à medida da pessoa. Sobre ela os ministros ordenados colocam a
estola, e aquele que preside à Eucaristia, sobrepõe-lhe a casula. Outras vestes
são a dalmática, que caracteriza o diácono, e a tunicela, que utilizavam os
subdiáconos. O roquete usa-se sobre a batina, em algumas ¬celebrações. O Véu de
ombros (ou umeral), a capa pluvial e alguns distintivos pontificais, como o
pálio, são outras das vestes que se usam na liturgia.
O uso das vestes diferenciadas dos
ministros, nas celebrações, não tem uma finalidade em si mesma, como se estas
vestes fossem algo sagrado. Têm, simplesmente, uma função pedagógica:
• distinguem as diversas categorias
de ministros, identificando-os segundo o ministério que realizam dentro da comunidade;
• contribuem para o decoro e a
estética festiva da celebração, segundo a gradualidade das solenidades e a cor
dos tempos litúrgicos;
• e ajudam a entender o mistério
que celebramos: não se trata de uma ação profana, mas sagrada, e os ministros
não são só um grupo de amigos ou de líderes, mas ministros da Igreja e
representantes de Cristo. Os primeiros beneficiados pelo uso das vestes litúrgicas
são os próprios ministros, porque elas lhes lembram a sua condição de ministros
e de servidores, em nome da Igreja e de Cristo (cf. orientações que a este
respeito deu o Episcopado dos Estados Unidos, em 1978: cf. EDREL 580-593;
2490-2492).
Fonte: http://www.portal.ecclesia.pt/ecclesiaout/liturgia/liturgia_site/dicionario/dici_ver.asp?cod_dici=462.
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