sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Advento - Em poucas palavras...


O Tempo do Advento, em poucas palavras...

Eurivaldo Silva Ferreira

 



Tempo do Advento: parte integrante do Ciclo do Natal, como tempo de preparação (espera pelo Senhor que vem). O Ciclo do Natal é identicamente ao Ciclo da Páscoa, composto por um tempo de preparação, a festa principal, uma festa na oitava, e um tempo “esticado” para se fazer memória de outros aspectos da mesma festa.

 

Possui duas dimensões celebrativas: celebramos o mistério do Senhor que veio e que virá. Nos dois primeiros domingos: O Senhor virá; nos dois domingos seguintes: o Senhor veio. O sinal sacramental da espera, próprio do tempo, faz alusão à segunda vinda de Jesus.

 

Advento tem a ver com o mundo e com a Igreja: a proposta da Igreja que anseia pela vinda do Senhor tem ressonância no mundo. Ela anseia pela vinda do Senhor, mas enquanto sua vinda não se faz plenamente, celebra, louva e distribui os sacramentos, na esperança de sua plena concretização. É como se vivêssemos as propostas do Reino (já), mas não ainda em sua plenitude (ainda não). Por isso, este tempo em preparação ao Natal do Senhor, suscita o desejo de que o Senhor venha. Eis o sinal sacramental próprio do tempo: a espera.

 

Viver o Advento é: viver a espera da feliz expectativa da realização do Reino de Deus entre nós, espera que é revestida de uma esperança escatológica (escathom, do grego = fim último), em meio a tribulações e sofrimentos, mas que se torna sinal de esperança, sinal de que a salvação de Deus prometida desde a Primeira Aliança (AT) está inserida na história humana.

 

Nossas atitudes no Tempo do Advento: termos a cabeça erguida, estarmos despertos e acordados, a fim de que percebamos no decorrer da história os sinais de libertação, sobretudo nos acontecimentos históricos. Essas imagens são-nos relembradas nas leituras e na oração da Igreja durante as celebrações deste tempo. Sob o prisma da ação ritual, essas imagens simbólicas são traduzidas para nosso ‘hoje’, por isso duas atitudes fundamentais se destacam: vigilância e da oração, consequências da santidade (frutos próprios do tempo). Essas atitudes preparam o coração para a grande vinda, a escatológica (última vinda), e nos conforta sua presença misteriosa através da ação litúrgica (memória da primeira vinda), e através dos pequenos gestos realizados em prol do/a outro/a (vinda intermediária de Cristo), mas que com o auxílio de Deus, isso é possível.

 

Acolher o Senhor que vem: é crer na salvação do cosmos e da pessoa humana. Somos os responsáveis por acolher a salvação, primeiro ‘abrindo o coração’, ‘aplainando os caminhos’, ‘abaixando as montanhas’. As leituras e a oração da Igreja deste tempo mostram isso: a alegria do povo que se volta, que espera, que permanece fiel, na expectativa da vinda do Messias.

 

Celebrar o mistério do Senhor que vem e que veio no Tempo do Advento é: manifestar no rito e na vida um momento novo para a humanidade nova, para o mundo novo. Se o Ciclo da Páscoa é marcado pelo sacramento da alegria, o Tempo do Advento é um tempo em que celebramos sacramentalmente a espera.

 

Advento da Igreja: de fato, a Igreja vive o tempo todo um eterno Advento, na medida em que na liturgia eucarística aclamamos: “Vinde, Senhor Jesus” e na oração do Senhor: “Venha a nós o vosso Reino”.

 

O projeto de Deus nos personagens bíblicos: Maria, a imagem da Igreja, é a portadora da Arca da Aliança, que traz em seu ventre o sinal da salvação, por isso se entrega totalmente ao projeto de salvação de Deus. Os personagens deste tempo nos ajudam a compreender como é que Deus age em prol da humanidade a fim de salvá-la, guardando-a do mal, mostrando a todos o verdadeiro Sol do Oriente, que ilumina todos os povos que andam por entre as trevas, conforme canta Zacarias.

 

Esperamos que neste Advento possamos ser como Igreja, povo de Deus, portadores da boa nova do Reino de Jesus. Que nossas celebrações levem-nos a um verdadeiro compromisso da edificação de seu Reino entre nós! A feliz expectativa do Reino seja o motivo para celebrarmos o Cristo que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário