Pantocrator
ÍCONE - «Janela para a Eternidade»
...A PALAVRA o inspira e evangeliza;
a IMAGEM que visibiliza a palavra bíblica
e leva aos olhos o que a palavra
transmite ao ouvido;
a ORAÇÃO, prece litúrgica na que ressoa a
voz da Igreja
e se consuma a comunhão dos Santos
num mesmo e único Espírito ...
A frase, propositadamente repetida, não é
um slogan: através do ícone o divino nos ilumina. A luz é o atributo principal
da glória celeste e os ícones representam os habitantes do Reino,
contempladores da luz incriada, pela qual se deixam penetrar até se tornarem
esplendorosos, como indica o nimbo ao redor de seus rostos (os nimbos não são,
como as auréolas ou as coroas, simples sinais da santidade).
O ícone, visto com os olhos do coração
iluminados pela fé, nos abre para a realidade invisível, para o mundo do
Espírito, para a economia divina, para o mistério cristão na sua totalidade
ultraterrena. É lugar teológico, antes, "teologia visual", como
muitos já disseram.
O ícone é inspirado e sagrado de modo
específico, símbolo que contém presença, cujo tempo, espaço e movimento não são
representados pela percepção comum. A própria laconicidade de seus traços nos
remete para uma mensagem de fé, a "visão do Invisível", para empregar
as palavras de São Paulo (Hb 11,1).
«O ícone se afirma independentemente do
artista e do espectador e suscita não a emoção, mas a vinda do transcendente,
cuja presença ele atesta. O artista se esconde atrás da Tradição que fala. A
obra torna-se uma manifestação de Deus, diante da qual devemos nos prostrar num
ato de adoração e de oração».
No recolhimento e no silêncio, os olhos
se abrem para a luz da Transfiguração e seremos naturalmente conduzidos pela
força do Espírito à luz do ícone, a fim de contemplar não só a face de Jesus,
mas também a luz da verdade divina.
Um
pouco sobre minha pintura...
O fiz quase todo branco, pois revela-se o
Ressuscitado, Cristo vivo e presente na vida da gente, que nos acompanha
cotidianamente, que está ao nosso lado, que está dentro de nós, nos anima e nos
fortalece, nos ilumina e nos conduz... “Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas
ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu
conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. Tenho ainda outras
ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a
minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.” (João 10:14-16).
Sempre estarei colocando alguns símbolos
que nos trazem características da região amazônica onde estou morando e vivendo
este tempo tão especial de missão. Os desenhos na roupa de Jesus, os barrados
ao lado de Jesus evocam as culturas indígenas em sua diversidade. As águas ao
fundo da pintura trazem a riqueza deste mundo rodeado por matas e rios, por
onde a vida nasce e acontece em tantas manifestações. Deus seja louvado!!!
Uma referência ao incenso: Incenso (do
latim: Incendere, "queimar") é composto por materiais aromáticos
chamados bióticos (originado por seres vivos - no caso, plantas) que liberam
fumaça perfumada quando queimados. O "incenso" refere-se à substância
em si, mais do que o cheiro que ela produz. Ele é usado em cerimônias
religiosas, rituais de purificação, aromaterapias, meditação, para a criação de
um estado de espírito, e para mascarar algum mau odor. O uso do incenso se
originou no Antigo Egito, onde as resinas de goma e resinas oleosas de árvores
aromáticas foram importadas das costas da Arábia e Somália para serem usadas em
cerimônias religiosas.
O incenso é composto por materiais
provenientes de plantas aromáticas, muitas vezes combinados com óleos
essenciais. As formas do incenso tem mudado com os avanços da tecnologia, as
diferenças de cultura subjacente, e com a diversidade nas razões para
queimá-lo.
Nos rituais da Igreja Católica, é
empregado em missas solenes tendo-se em mente que é uma homenagem a Deus,
quando o padre, que representa Cristo, e os fiéis são incensados. A idéia é que
suba a Deus um aroma agradável de louvor. O uso do incenso é um símbolo de
oração. O ritual mosaico empregava o incenso em muitos sacrifícios, só ou com
outros perfumes; havia também o altar dos perfumes em que se queimava incenso
de manhã e de tarde. Os cristãos adotaram cedo o uso do incenso. Em Jerusalém,
no século IV, já se empregava em todos os grandes Ofícios.
O sol, a lua, as estrelas... Em Jesus
tudo é re-criado... Por isso a “Ressurreição de Jesus” é para ser entendida não
apenas como o feito histórico-escatológico de Deus, mas também como o primeiro
ato da Nova Criação deste mundo efêmero para sua forma verdadeira e eterna.
Ressurreição não é só o sentido da história, é também o sentido da natureza.
Rom. 8,18-25: a ressurreição não está
restrita às pessoas humanas, ela abrange também todo o mundo vivo, no qual em
última análise os seres humanos existem.
O Deus que ressuscita os mortos é o mesmo
Deus que chamou todas as coisas do nada à existência; Aquele que ressuscitou
Jesus dos mortos é o Criador do novo ser de todas as coisas.
A ressurreição dos mortos, a destruição
da morte e a ressurreição da natureza constituem os pressupostos para a eterna
Criação que participa da habitação do Deus vivo e eterno.
A Criação “no princípio” está orientada
para este fim. De acordo com isto “toda a Criação geme conosco” e esta é a
verdadeira ressurreição da natureza.
Ressurreição e Criação constituem uma
unidade, pois a ressurreição dos mortos e a destruição da morte são a
completude da criação original.
A Luz das aparições de Páscoa foi
entendida como a aurora do primeiro dia da Nova Criação de todas as coisas. À
luz deste “novo dia” de Deus, Cristo aparece como o primogênito de toda a
Criação, que reconcilia todas as coisas no céu e na terra e que tudo há de
libertar. O “primogênito entre os mortos” é também o “primogênito de toda
criatura”, por quem todas as coisas foram criadas.
Não basta falar de “ressurreição da
carne”. Ela só pode ser transfigurada na transfiguração de céus e terra em
Novos Céus e Nova Terra, em comunhão criaturalmente santa, a comunhão dos
santos.
Para chegar a viver o Novo Céu e a Nova
Terra temos de ir renovando radicalmente este céu tantas vezes opaco e esta
terra tão violada.
Um
pouco de história...
O tipo iconográfico de Cristo Pantocrator
é um dos mais significativos da iconografia oriental, e também o mais
difundido, a ponto de se tornar quase o único tipo de Cristo que se encontra
não só nas cúpulas e nas absides das igrejas, mas também sobre selos, moedas,
marfins, evangeliários e outros objetos litúrgicos; é encontrado nas cenas
históricas que representam Cristo nos diversos momentos da sua vida de adulto,
nos diversos milagres que constelam a sua missão na Palestina da época; é
encontrado sobretudo em inúmeros ícones oferecidos à veneração dos fiéis nas
iconostases das igrejas e nas casas particulares. Quer esteja presente em
mosaico, em afresco ou em ícones grandes ou pequenos, o tipo transmite, ao
menos do século VI em diante, a mesma e idêntica figura de Cristo, reconhecível
mesmo quando faltam as inscrições que normalmente devem acompanhá-la; e isso
até os nossos dias.
O Cristo representado em todos os ícones
é o Cristo adulto, com trinta anos de idade mais ou menos. Distingue-se pela
mesma estatura do corpo, os mesmos traços somáticos - em especial os do rosto
-, as mesmas roupas: todos esses traços que convergem num retrato ressaltam a
sua figura histórica real; outros traços, como os símbolos e as inscrições, têm
valor de retrato espiritual que põem em destaque a sua realidade de pessoa
atualmente viva, transfigurada, divina e salvífica.
O ícone transmite, assim, o dogma
cristológico das duas naturezas humana e divina - unidas na única Pessoa do
Verbo: Filho de Deus e Deus ele próprio, consubstancial ao Pai.
Significado
do nome
A esse tipo de imagem de Cristo é dado o
nome genérico de «Pantocrator» tão rico de significados. O termo grego,
traduzido geralmente por «Onipotente», mas que é melhor traduzir pela expressão
«Oniregente», ou «Aquele que tudo rege», é um termo que se encontra já na
literatura pagã. É encontrado na versão grega dos Setenta que o retoma para
traduzir a expressão «Sabaoth», conferindo-lhe o significado de Deus «Dominador
de todas as potências terrestres e celestes».
No Novo Testamento, o termo se encontra
referido preponderantemente ao Pai, mas já no Apocalipse refere-se
indiretamente também ao Verbo encarnado, Redentor e Juiz universal (cf. Ap 11,
17; 21, 22). Nas suas Cartas, os apóstolos Pedro e Paulo propõem o tema do
domínio absoluto de Cristo sobre toda a criação. «Jesus Cristo» - escreve Pedro
-, «tendo subido ao céu, está à direita de Deus, estando-lhe sujeitos os anjos,
as Dominações e as Potestades» 1Pd 3, 22). São Paulo, por sua vez, fala da
«submissão de todas as coisas» (1Cor 15, 28) ao Cristo ressuscitado, afirmando
que «para isto Cristo morreu e reviveu: para ser o Senhor dos mortos e dos
vivos» (Rm 14, 9).
Os Padres da Igreja, que retomam o termo
no início do símbolo niceno-constantinopolitano, aprofundam seu significado e
ao mesmo tempo justificam a sua atribuição ao Filho. Gregório de Nissa, por
exemplo, assim explica a riqueza de conteúdos do termo:
«Quando ouvimos o termo 'Pantocrator',
'Aquele que tudo rege', compreendemos com a mente que Deus mantém no ser todas
as coisas: tanto as de natureza inteligível como as de natureza material. Por
isso ele contém o universo; por isso tem nas mãos os confins da terra; pelo
mesmo motivo ele avalia os céus com o palmo (d, 1s 40,12); por isso ele mede o
mar com a mão; e também por isso abrange em si toda criatura inteligível, a fim
de que todas as coisas permaneçam no ser, contidas por meio do poder que tudo
abraça...»
E
acrescenta:
«Quem é aquele no qual todas as coisas
foram criadas e no qual tudo permanece, em quem vivemos, nos movemos e somos?
Quem possui em si mesmo tudo isto que é do Pai? Não sabemos ainda, por tudo que
foi dito, que aquele que é Deus sobre todas as coisas, como diz são Paulo, é
nosso Senhor Jesus Cristo? Ele tem nas mãos todas as coisas do Pai, como ele
mesmo diz; ele abrange absolutamente tudo com o seu amplíssimopalmo; ele rege
todas as coisas que abrange e ninguém as tira da mão daquele que tudo rege. Se,
pois, ele possui tudo e rege o que possui, quem é ele senão o Pantocrator,
aquele que tudo rege.» (1)
Padre Carmelo Capizzi, que escreveu a
monografia mais completa sobre o Pantocrator, resume assim o pensamento dos
Padres a respeito do termo (2):
«A Patrística, fundando-se sobre dados do
Antigo e do Novo Testamento e utilizando algumas noções e expressões da filo
helenística, determinou o conceito de Pantocrator, vendo nesse epíteto divino
quatro elementos conceituais: a 'onidominação', a 'onicompreensão', a
'onicontinência', e a 'onipresença'. Deus, em outras palavras, é Pantocrator porque
'domina sobre toda a criação', 'conserva tudo no ser', 'abrangendo e contendo
tudo em si' e, por conseguinte, 'penetrando e enchendo tudo de si', através da
sua onipotência. Além disso, a Patrística tem o mérito de ter ampliado o
sujeito de atribuição de Pantocrator, passando de Deus indistintamente e Deus
Pai a uma atribuição consciente e justificada ao Filho como Logos somente, ao
Filho como Logos encarnado e ao Espírito Santo. Essa extensão foi fundada na
identidade de natureza das três Pessoas divinas, da qual se originava uma
verdade que foi formulada incisivamente por Santo Atanásio: "O mesmo Pai
pelo Verbo no Espírito tudo opera e concede» (3).
Tipologia
geral do Pantocrator
Segundo os cânones pictóricos, o
Pantocrator é representado quase sempre em busto, mas pode ser também em meio
busto ou de corpo inteiro; neste último caso ele está, as mais das vezes,
sentado no trono e rodeado, às vezes, pelas hierarquias celestes, que sublinham
sua majestade divina. Caracteriza-se pela auréola crucífera; pela mão direita
que abençoa «à maneira grega»; e pela esquerda que segura um livro aberto ou
fechado, ou mesmo um rolo. Quando o livro está aberto, o versículo evangélico
que nele aparece é, as mais das vezes: «Eu sou a luz do mundo». Mas podem
também aparecer outros versículos previstos nos manuais de pintura e deixados à
escolha do hagiógrafo ou do comitente, como vamos ver. Os traços somáticos que
distinguem a imagem do Pantocrator são aqueles típicos que encontramos nas
descrições literárias, embora com algumas variantes menores.
O rosto, para a tradição oriental, é o do
Mandilion, considerado impresso pelo próprio Cristo na toalha enquanto ainda
vivia. Os traços podem ser resumidos assim: rosto alongado, sobrancelhas
arqueadas, olhos grandes e abertos voltados para o espectador, nariz longo e
delicado, a barba bastante longa terminando em ponta arredondada, bigode caído,
cabelos ondulados que formam como uma cúpula sobre o alto da cabeça e são
depois recolhidos à altura das orelhas e descem sobre os ombros (essa cabeleira
é chamada, segundo Capizzi, «tipo capacete») (4). No alto da fronte -larga e
alta - destacam-se muitas vezes, da cabeleira, dois, três ou mais cachos, cuja
presença, atestada só para a imagem de Cristo, tem sido diversamente
interpretada. As roupas que cobrem o corpo de Cristo são constituídas de três
peças, as mesmas usadas na Palestina no tempo de Cristo: a túnica vestida
diretamente sobre o corpo, o manto, e as sandálias, presas ao tornozelo por
tiras de couro.
A mão direita, que desponta sob o manto,
geralmente está erguida fazendo o gesto de bênção «à maneira grega». A mão
esquerda segura um rolo, mas com maior freqüência um livro: o dos Evangelhos
que contêm a Palavra do Verbo. O livro pode estar fechado ou aberto. Neste
último caso nele estão escritas citações escolhidas pelo iconógrafo ou pelo
comitente.
O corpo de Cristo se destaca no fundo
dourado, chamado na iconografia grega «céu», para indicar que a pessoa
representada se encontra agora na glória do céu. A auréola, chamada «coroa» e
também «glória», desenhada com traço fino sobre o mesmo fundo dourado, é sinal
da santidade do personagem. Em todas as imagens de Cristo, na auréola estão
desenhados três braços de uma cruz; esta, que se tornou comum no decurso do
séc. VI desde o tempo de Justiniano, é uma clara alusão à dimensão salvífica da
personagem representada.
Sobre o ícone estão presentes inscrições,
cuja finalidade é chamar a atenção para a identidade divina e ao mesmo tempo
humana da personagem representada. Algumas inscrições, obrigatórias, são constituídas
dos dois digramas do nome de Cristo IC XC, para Jesus Cristo, e do sagrado
trigrama do nome de Deus revelado a Moisés no Sinai: Ο ΩΝ («Eu sou o
Existente», Ex 3, 14), e inserido nos três braços visíveis da cruz introduzida
na auréola. Essas inscrições são sempre em grego. As outras inscrições,
facultativas, são: o nome acrescentado e as frases no livro quando este está
aberto.
O
lugar da representação
O Pantocrator, assim descrito,
encontra-se nas mais variadas representações, mas antes de tudo no lugar de
culto: a igreja. É encontrado em três pontos bem distintos: em mosaico (ou
afresco), no nártex à frente da igreja; na calota da cúpula central (ou no
côncavo da abside, quando falta a cúpula); em ícones portáteis, em diversas
partes da iconostase. Em cada uma dessas colocações, a representação toma um
sentido bem determinado pela teologia, que subentende o significado do lugar do
culto como nos foi transmitida pelos grandes Padres da Igreja e por autores
mais recentes, codificados, depois, nos manuais de pintura.
A
oração é endereçada a Cristo, desta forma:
«Ó Senhor, amigo dos homens,
faze resplandecer nos nossos corações
a pura luz do teu divino conhecimento,
e abre os olhos da nossa mente
à compreensão dos teus ensinamentos
evangélicos.
Infunde em nós o temor dos teus santos
mandamentos,
a fim de que, desprezando os desejos
carnais,
levemos uma vida espiritual,
meditando e fazendo tudo que é de teu
agrado.»
E se conclui com a seguinte doxologia
trinitária, muito freqüente na Liturgia bizantina:
«Porque tu és a luz de nossas almas e de
nossos corpos, ó Cristo Deus,
e nós rendemos glória a ti juntamente com
o leu eterno Pai
e o teu Espírito Santíssimo, bom e
vivificante;
agora e sempre e nos séculos dos séculos.
Amém»
O
livro segurado na mão esquerda
O livro que Cristo traz na mão é o dos
Evangelhos; ele tem um grande apelo litúrgico. Este mesmo livro, com efeito, é
o único objeto admitido sobre o altar, para afirmar a presença do mesmo Cristo
no seu Verbo ou Palavra. Na Liturgia eucarística, esse livro é levado fechado
em procissão, para significar a primeira manifestação silenciosa de Cristo
sobre a terra; a seguir, no decurso da Divina Liturgia é aberto [a] leitura do
trecho diário [..]
A leitura do Evangelho, durante a Divina
Liturgia, é acompanhada de orações e ritos mais ou menos solenes em todas as
Igrejas. A Igreja bizantina faz preceder a leitura da grande incensação do
altar, da iconostase e de toda a comunidade eclesial presente no templo.
Enquanto o diácono procede a esta incensação, o sacerdote reza a seguinte
oração que exprime bem os sentimentos que devem acompanhar a leitura e os
frutos que dela se esperam.
As
inscrições no livro aberto
As inscrições no livro aberto são
diversas, escolhidas pelo iconógrafo, ou pelo oferente, ou por ambos. Essas
inscrições, tiradas dos Evangelhos, contribuem para ilustrar o nome
acrescentado e para especificar o sentido da representação quando falta o nome
acrescentado. As inscrições são inúmeras. Os manuais de pintura propõem apenas
algumas, como estas presentes no do monge de Athos Dionísio de Fumá:
• Para o Pantocrator: «Eu sou a luz do
mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12).
• Para o Salvador do mundo: «Aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração e encontrareis repouso para as vossas
almas» (Mt 11, 29).
• Para o Doador de vida (Zoodotes): «Eu
sou o Pão vivo, que desceu do céu: se alguém comer deste pão, viverá» (Jo 6,
51).
• Para o Mensageiro do Grande Decreto:
«Saí de Deus e dele venho; não venho por mim mesmo, mas foi ele que me enviou»
(Jo 8,42).
• Para o Emanuel: «O Espírito do Senhor
está sobre mim, por isso me ungiu: mandou-me levar a boa nova aos pobres» (Lc
4, 18).
• Quando o representas como Sacerdote:
«Eu sou o bom Pastor: o bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas» (Jo 10, 11).
• Quando o representas na Assembléia dos
Incorpóreos: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago» (Lc 10, 18).
• Quando o representas entre os Profetas:
«Quem recebe um profeta em meu nome...» (Mt 10, 41)
• Quando o representas entre os
Apóstolos: «Eis que vos dou o poder de pisar serpentes» (Lc 10, 19).
• Quando o representas entre os Bispos:
«Vós sais a luz do mundo; não pode uma cidade...» (Mt 5, 14).
• Quando o representas entre os Mártires:
«Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também eu me
declararei...» (Mt 10, 32).
• Quando o representas entre os Santos:
«"Vinde a mim vós todos que estais cansados sob o peso dos vossos fardos e
eu vos darei descanso» (Mt 11, 28).
• Quando o representas entre os Pobres:
«Curai os enfermos, purificai os leprosos» (Mt 10,8).
• Quando o representas sobre uma Porta:
«Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo» (Jo 10, 9).
• Quando o representas num cemitério:
«Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá» (Jo 11, 25).
• Quando o representas como sumo
Pontífice: «Senhor, Senhor, olha do céu e vê, visita esta vinha; protege o que
a tua direita plantou» (Sl 80, 15-16). (10)
*Particularmente escolhi: “Eu vim para
que todos tenham vida.” (Jo 10,10)
Significado
do Pantocrator segundo L. Bouyer :
Louis Bouyer, conhecido teólogo
oratoriano francês, na sua pequena obra-prima intitulada Verdade dos Ícones, dá
do Pantocrator a seguinte descrição:
«Infelizmente, alguns ocidentais
chegaram, a propósito dessa prodigiosa figura, não só ao cúmulo da
incompreensão, mas ao supremo grau da ignorância. Essas representações de
Cristo, que se prolongam até o conhecido ícone, venerado pelos russos, do
'Salvador dos olhos de chama', não representam de modo algum um Juiz irado, nem
feroz, mas antes, como diz o título que sempre se lhes dá: 'O Salvador'.
Evidentemente, este Salvador, como também a salvação que ele traz, nada tem a
ver com a fátua benignidade que um Ocidente (e também, aliás, um Oriente!)
decadente devia mais tarde colocar sob esse título.
A gravidade do mal, do pecado - satânico
como também humano -, que ele teve de vencer, se reflete e se supera na sua
majestade. Mas essa majestade não é mais aquela de um soberano terreno,
exaltado até o ápice do seu vigor físico e do seu esplendor material: é a de
Deus mesmo que se revela, numa humanidade totalmente espiritualizada, como o
"Totalmente outro" e também o 'summum fascinans'.
Numa palavra, é o triunfo da visão
monástica... Para quem sabe ver, na figura sublime entre todas, a de Cefalu,
como na da Nea Moni, manifesta-se que este Salvador não abateu os poderes da
iniqüidade, senão para melhor atrair-nos à sua santidade, a qual faz um todo
com o ágape - o amor divino. E, evidentemente, esse 'amor' nada tem a ver com
um sentimentalismo fácil! Ademais, esse Pantocrator reflete indiscutivelmente o
evangelho da reconciliação: a sua mão direita erguida, para abençoar e não para
condenar, longe de rejeitar o homem, convida-o a elevar-se até ele.».
Pe.
Renato,SJ – Manaus /Dez.2014.
Fontes:
http://www.ecclesia.com.br/;
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