Nossa Senhora das Flores
Bogotá – Colômbia – Maio/2016.
“Disse então Maria: Eis
aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo
a tua palavra.
E o anjo ausentou-se
dela.”
Lc 1, 38
Acredito que a vida de Maria, no desejo de sempre responder sim ao projeto
de Deus, foi um misto de alegrias e dores, flores e espinhos, acolhendo em seu
ventre e em sua história a presença viva do próprio Deus encarnado, Jesus, seu
amado filho. Acredito também que toda a vida de Maria exala para nós um perfume
especial, um perfume de impressionante beleza que dá testemunho do imenso amor
de Deus por toda a Criação.
Os ícones... uma janela do invisível!
O ícone é uma imagem sacra, que aplica teologia nas cores, formas,
símbolos e perspectiva. A utilização destas ferramentas na iconografia
tradicional tem a intenção de nos libertar da emotividade e nos levar até um
encontro com o sagrado.
Os ícones não retratam o mundo real, mas nos abrem a janela do
invisível, levando-nos à transcendência.
Enquanto a arte profana exprime freqüentemente a inquietude temporal, do
momento, e apresenta a brutalidade, covardia e agressão mundana, a arte sacra
manifesta, para os que a observam, os sentidos do eterno e do imutável,
nutrindo, com a beleza, a alma humana.
Um ícone é, portanto, um espelho da alma. A arte da iconografia é uma
forma de catequese, um método de ensino, para todo tempo e lugar, que fala da
beleza infinita de Deus, e sobre a alegria interior.
A conduta de um iconógrafo é fruto de um longo aprendizado, que envolve
conhecimentos de teologia da imagem, elementos de estética, técnicas
específicas de preparação do suporte, pintura em têmpera, afresco e encaustica,
douração, mas não se limita ao mundo material.
Trata-se também de uma postura pessoal: o hesicasmo, uma forma de oração
constante que segue o ritmo da respiração, em busca do apaziguamento das
paixões do mundo e o esquecimento do ego, para servir como instrumento de
representação de um mundo Divino, superior. Iconografia é uma forma de pintura
feita em oração.
Maria no Evangelho de Mateus
No Evangelho de Mateus a pessoa de Maria aparece em dois momentos: nos
relatos da infância (cf. Mt 1-2) e no ministério apostólico de Jesus ( cf.Mt
12,46-50; 13,54-58). O primeiro é composto por relatos próprios de Mateus; o
segundo está em dependência de Marcos, mas Mateus toma diante dele tal
liberdade que é capaz de transformar seu sentido e seu ensinamento.
No Evangelho da Infância em Mateus, Jesus, como todos os meninos, não
chega ao mundo sem um pai e uma mãe. Mateus fala de José, esposo de Maria (cf.
Mt 1,16) e de Maria esposa de José (cf. Mt 1,24). Maria, por sua vez não tem
existência sem José, do qual é esposa, e sem Jesus, do qual é mãe. Maria é
aquela que gera e é mãe, ao passo que José é somente o pai legal.
Mt 1,3 fala sobre a concepção de Jesus, diz que esta se realizou “para
que se cumpra o oráculo do Senhor, por meio do profeta […]” e cita Is7, 14,
aplicando a Jesus a realidade do “Emanuel” e a Maria a de “virgem”. (Mateus
quando) Ao falar do nascimento de Jesus, Mateus recorrendo ao texto de Isaías,
não somente assume a interpretação dos LXX, mas ele mesmo interpreta
teologicamente esse nascimento: Jesus é o Emmanuel e nasce de Maria Virgem.
Neles dois se realiza plenamente o oráculo do profeta: Jesus é o Messias, e
Maria é a Mãe-Virgem e, este fato maravilhoso somente pode ser entendido como a
obra do Espírito Santo.
A união de Maria com seu Filho é, então, íntima, total e permanente.
Desde a concepção virginal, Maria está expressamente unida a Jesus e é inseparável
dele. Por isso, os escritores eclesiásticos aprofundam nesta realidade, dizendo
que não podemos entender Jesus sem Maria e entender Maria sem Jesus.
Podemos notar, finalmente, como que um contraste nas expressões de
Mateus: Enquanto Jesus é o Emmanuel de Deus, Deus – conosco, Maria é a Mãe que
está sempre junto do seu Filho. Ela é a resposta permanente à presença sempre
atual do Senhor na história.
Quanto ao ser discípulos de Jesus significa cumprir a vontade do Pai no
céu, realizar seu plano. Para Mateus, o discípulo integra, então, a escuta da
Palavra e sua ação (cf. Mt 5,19;Mt7,24-25), o estar junto de Jesus e sob a sua
proteção (cf. Mt 12,49-50). E Maria, com perfeita discípula e “família dele” em
um nível muito mais forte e firme do que o dos laços físicos de geração.
Portanto, o Evangelho de Mateus nos fala que Maria está intimamente
ligada ao seu Filho Jesus Cristo, desde antes do nascimento e, uma vez nascido
para o mundo, está unida a ele nos momentos fundamentais de sua vida e de seu ministério.
Assim, Maria aparece, mesmo sem palavras, como testemunha da graça abundante de
Deus para seu povo, mas também como mãe que cuida e acompanha o Filho de suas
entranhas (ALVAREZ, 2005).
Maria – O rosto materno de Deus
A tradição da fé concentrou o feminino em Maria, mãe de Jesus. Alí viu
realizadas todas as possibilidades numinosas e luminosas do feminino, a ponto
de ver nela simplesmente a Nossa Senhora: a virgem, a mãe, a esposa, a viúva, a
rainha, a sabedoria, o tabernáculo de Deus, etc.
Mas quase não foi considerado o feminino como acesso a Deus. Dentro da
cultura cristã atual parece repugnar o sentimento da afirmação de que Deus é
nossa Mãe. No entanto, se levarmos a sério a aparição do feminino em nossa
cultura, não podemos evitar esse problema. Não é significativo que o Papa João
Paulo I disse com uma certa desenvoltura em uma audiência pública, "Deus é
Pai, mas acima de tudo, mãe"?
A Teologia, como outras ciências, tem que pensar sobre as questões
importantes de seu tempo. Embora em seu regime interno e como articular seu
discurso é uma ciência autônoma, no entanto, no repertório das questões
relevantes, depende da cultura, da sociedade e das situações históricas que a
desafiam e impõe uma direção em suas propostas e reflexões.
Cabe à teologia poder ler, a partir de sua própria abordagem (filiação),
o texto analítico apresentado pelas várias ciências. Nesta área, como em
outras, a teologia ou tem uma consciência ingênua, ou tem uma consciência
crítica. Ela tem uma consciência ingênua, ao abordar a questão (no nosso caso,
o feminino) sem uma pausa prévia com as ideias que se arrastam desconexa a
cultura. Assim, a ideologia atual toma a mulher e o feminino em seu sentido
comum, geralmente dentro do horizonte da compreensão patriarcal que reprime o
feminino ou o considera dependente do masculino.
A fé cristã dá a Maria uma inigualável importância e transcendente. Sua
eminente dignidade consiste no fato de ser a mãe de Deus encarnado, não só no
sentido físico-biológico, mas principalmente em um sentido de compromisso pessoal
e livre. Sua maternidade foi virginal, perfeita e completa. Nem a virgindade deve
ser entendida apenas como um fato físico-biológico, mas sim como expressão da
liberdade que se consagra inteiramente a Deus. A virgindade e a maternidade –
expressões de um compromisso total a Deus – supõe uma existência livre, desde
seu núcleo e seu princípio, de toda contaminação do pecado original e pessoal
que dramatizam e dividem a existência humana; Ela é venerada como privilegiada
por sua concepção imaculada.
Desta maneira Maria incorpora, assim, a nova criação que Deus está
construindo dentro da velha; Ela dá corpo também com o que deve ser a Igreja
como comunidade dos redimidos; somente em Maria a Igreja realiza seu arquétipo
e sua utopia; em Maria, a Igreja é plenamente igreja. Assim, sendo o membro
mais eminente da Igreja, ocupa um lugar apropriado nos laços de mediação
salvífica envolvendo a todos; Ela é venerada como uma mediadora de todas as
graças, uma vez que, juntamente com o Espírito Santo e Seu Filho, é cheio de
graça. Maria é então associada com o seu Filho, ao Espírito Santo e ao próprio
Deus, de tal modo que é exaltada como redentora. A morte coroou a perfeição
daquela vida. Foi assunta ao céu em corpo e alma, antecipando assim o destino
de todos os justos e especificando o que deve ser a transfiguração universal de
todo o universo no reino de Deus. (L. BOFF, o rosto materno de Deus).
Luís Renato Carvalho de
Oliveira, SJ.
Nuestra Señora de las Flores
Bogota – Colombia – Mayo/2016.
"Entonces María
dijo:
He aquí la esclava del
Señor;
Hágase en mí según tu
palabra.
Y el ángel se fue de
ella ".
Lc 1, 38
Creo que la vida de María, el deseo de responder siempre sí al plan de
Dios, era una mezcla de alegría y dolor, flores y espinas, la bienvenida en su
seno y su historia la presencia viva de la encarnación de Dios, Jesús, su amado
hijo. También creo que la vida de María exuda para nosotros un perfume
especial, un perfume de impresionante belleza que da testimonio del inmenso
amor de Dios por toda la creación.
Los iconos ... una ventana de lo
invisible!
El icono es una imagen sagrada, que aplica teología en los colores,
formas, símbolos y perspectiva. El uso de estas herramientas en la iconografía
tradicional está destinado para liberarnos de las emociones y nos llevar a un
encuentro con lo sagrado.
Los iconos no representan el mundo real, pero nos ha abierto la ventana
de lo invisible, que nos lleva a la trascendencia.
Mientras que el arte profano a menudo expresa la preocupación temporal,
el tiempo, y presenta la brutalidad, la cobardía y la agresión mundanas, el
arte sacro muestra, a los que la observan, los sentidos de lo eterno y de lo
inmutable, nutrindo, con la belleza, el alma humana.
Un icono es, pues, un espejo del alma. El arte de la iconografía es una
forma de catequesis, un método de enseñanza, para todo tiempo y lugar que habla
de la belleza infinita de Dios, y sobre la alegría interior.
El comportamiento de un iconógrafo es el resultado de un largo aprendizaje,
lo que implica un conocimiento de la teologia de la imagen, elementos
estéticos, técnicas específicas de preparación del suporte, pintura en têmpera,
afresco y encaustica, dorado, pero no se limita al mundo material.
También es una posición personal: El hesicasmo, una forma de oración
constante que sigue el ritmo de la respiración, en busca de apaciguamiento de
las pasiones del mundo y de uno mismo olvido, para que sirvan como instrumento
de representación de un mundo Divino, mayor . La iconografía es una forma de
pintura hecha en la oración.
María en el Evangelio de Mateo
En el Evangelio de Mateo la persona de María aparece en dos etapas: en
los relatos de la infancia (Mt 1-2) y en el ministerio apostólico de Jesús
(cf.Mt 12.46 a 50: 13.54 a 58). La primera consiste en cuentas propias de
Mateo; el segundo está en dependencia de Marcos, pero Mateo lleva delante de él
esa libertad que es capaz de transformar su significado y su enseñanza.
En el Evangelio de la niñez en Mateo, Jesús, como todos los chicos, no
entra en el mundo sin un padre y una madre. Mateo habla de José, esposo de
María (cf. Mt 1,16) y María esposa de José (cf. Mt 1,24). María, por su parte,
no tiene existencia sin José, do qual es esposa, y sin Jesús, do qual es madre.
María es la que genera y es madre, mientras que José sólo es el padre legal.
Mt 1,3 habla de la concepción de Jesús, dice que esto se llevó a cabo
"con el fin de cumplir con el Señor que habla a través del profeta
[...]" y cita Is7, 14, aplicando a Jesús la realidad de
"Emmanuel" y María, la "virgen". (Mateo cuando) Hablando
del nacimiento de Jesús, Mateo usando el texto de Isaías, no sólo toma en la
interpretación de los LXX, pero él interpreta teológicamente lo nacimiento:
Jesús es Emmanuel y nacido de la Virgen María. En los dos se realiza plenamente
lo que el profeta dice: Jesús es el Mesías, y María es la Madre-Virgen, y esta maravillosa realidad sólo puede ser
entendida como obra del Espíritu Santo.
La unión de María con su Hijo, es entonces, íntima, total y permanente.
Desde la concepción virginal María está unida expresamente a Jesús y es
inseparable de el. Por lo tanto, los escritores eclesiásticos profundizan en
esta realidad, diciendo que no podemos entender a Jesús sin María y comprender
María sin Jesús.
Observamos, por último, como que un contraste en las expresiones de
Mateo: Mientras que Jesús es el Emmanuel de Dios, Dios - con nosotros, María es
la Madre que está siempre con su Hijo. Es la respuesta permanente a la siempre
presente presencia atual del Señor en la historia.
En cuanto a ser discípulos de Jesús significa hacer la voluntad del
Padre en el cielo, llevar a cabo su plan. Para Mateo, lo discípulo integra
entonces, la escucha de la palabra y la acción (cf. Mt 5:19; Mt7,24-25), el
estar con Jesús y bajo su protección (Mt 12.49 a 50 ). Y María, con perfecta
discípula y "su familia" en un nivel mucho más fuerte y firme que la
generación de lazos físicos.
Por lo tanto, el Evangelio de Mateo nos dice que María está íntimamente
ligada a su Hijo Jesucristo, desde antes de nacer, y una vez que nace en el
mundo, se une a él en momentos claves de su vida y su ministerio. De este modo,
María aparece incluso sin palabras, como testigo de la abundante gracia de Dios
a su pueblo, sino también como una madre que cuida y acompaña al hijo de sus
entrañas (Álvarez, 2005).
María - El rostro materno de Dios
La tradición de la fe ha concentrado lo femenino en María, madre de
Jesús. Allí ha visto realizadas todas las posibilidades numinosas y luminosas
de lo femenino, hasta el punto de ver en ella simplemente a Nuestra Señora: la
virgen, la madre, la esposa, la viuda, la reina, la sabiduría, el tabernáculo
de Dios, etc.
Pero casi no se ha considerado lo femenino como acceso a Dios. Dentro de
la cultura Cristiana vigente parece repugnar al sentimiento la afirmación de
que Dios es nuestra Madre. Sin embargo, si queremos tomar en serio la aparición
de lo femenino dentro de nuestra cultura, no podemos eludir esta cuestión. ¿No
es sintomático que el papa Juan Pablo I dijera con cierta desenvoltura en una
audiencia pública: «Dios es Padre, pero, sobre todo, es Madre»?
La teología, lo mismo que las demás ciencias, tiene que pensar en los
temas relevantes de su tiempo. A pesar de que en su régimen interno y en la forma
de articular su discurso es una ciencia autónoma, sin embargo, en el repertorio
de sus temas relevantes, depende de la cultura, de la sociedad y de las
situaciones históricas que la desafían y le imponen una dirección en sus
planteamientos y reflexiones. Le corresponde a la teología poder leer, a partir
de su propio enfoque (pertenencia), el texto analítico que presentan las
diversas ciencias. En este terreno, como en otros, la teología o posee una
conciencia ingenua, o posee una conciencia crítica. Posee una conciencia
ingenua cuando aborda el tema (en nuestro caso, lo femenino) sin proceder a uma
ruptura previa con las ideas que arrastra desarticuladamente la cultura. Así,
la ideología vigente toma a la mujer y a lo femenino en su acepción común, generalmente
dentro del horizonte de la comprensión patriarcal que reprime a lo femenino o
lo considera en dependencia del varón.
La fe cristiana confiere a María una importancia sin igual y
trascendente. Su dignidad eminente consiste en el hecho de ser la madre del
Dios encarnado, no solamente en un sentido físico-biológico sino principalmente
en un sentido de compromiso personal y libre. Su maternidad fue virginal,
perfecta y plena. Tampoco su virginidad tiene que comprenderse solo como um
dato físico-biológico, sino más bien como expresión de la libertad que se
consagra a Dios por entero. La virginidad y la maternidad —expresiones de un
compromiso total con Dios— suponen una existencia libre, desde su meollo y su
principio, de toda contaminación del pecado original y personal que dramatizan
y dividen a la existencia humana; se la venera como privilegiada por su
inmaculada concepción.
De esta manera María encarna a la nueva creación que Dios está forjando
dentro de la vieja; da cuerpo igualmente a lo que debe ser la Iglesia como
comunidad de los redimidos; solamente en María realiza la Iglesia su arquetipo
y su utopía; en María la Iglesia es totalmente iglesia. Así, pues, al ser el
miembro más eminente de la Iglesia, ocupa un lugar adecuado en los lazos de mediación
salvífica que envuelven a todos; se la venera como mediadora de todas las
gracias, ya que, unida al Espíritu Santo y a su Hijo, es llena de gracia. María
se encuentra entonces asociada a su Hijo, al Espíritu Santo y al propio Dios de
tal manera que es exaltada como corredentora. La muerte coronó la perfección de
aquella vida. Fue asunta al cielo en cuerpo y alma, anticipando de tal forma el
destino de todos los justos y concretando lo que tendrá que ser la
trasfiguración universal de todo el universo en el reino de Dios. (L. BOFF, El
rostro materno de Dios).
Luís Renato Carvalho de
Oliveira, SJ.
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