quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Carta aos Colossenses




Carta aos Colossenses

Colossos era uma pequena cidade da Ásia Menor situada junto de Hierápoles, entre Éfeso e Laodiceia. Parece que nunca foi visitada por Paulo. O fundador desta igreja foi Epafras (4,12), discípulo de Paulo. A ela pertenciam Filémon, destinatário de uma Carta-bilhete a propósito do escravo Onésimo (Flm), e Arquipo (4,17).

O problema dos anjos, a que se alude na introdução da Carta aos Efésios, também era aqui muito vivo. Esta Carta segundo parece, cronologicamente anterior à dos Efésios dá uma primeira resposta paulina a esse problema. As qualidades, os poderes e as funções que os judeo-gnósticos atribuíam aos anjos, atribui-os Paulo ao Cristo-Cósmico, que tem a primazia em toda a criação e é Filho de Deus por natureza.

DESTINATÁRIO

A Carta foi dirigida aos cristãos de Colossos durante o primeiro cativeiro de Paulo (4,3.10.18), na última parte do seu ministério (61 a 63). A comunidade de Colossos tinha saído do paganismo e não era conhecida pessoalmente pelo Apóstolo, embora fosse fundada por um discípulo seu. A novidade do vocabulário e dos temas desta Carta manifestam a sua originalidade em relação às outras Cartas paulinas, o que se pode explicar pela novidade do meio ambiente da comunidade de Colossos, ou por a Carta não ter sido escrita directamente por Paulo.

DIVISÃO E CONTEÚDO

O conteúdo da Carta é o seguinte:
Introdução: 1,1-23;
I. O Evangelho de Paulo: 1,24-2,5;
II. Fidelidade ao Evangelho: 2,6-23;
III. Viver segundo o Evangelho: 3,1-4,6;
Conclusão: 4,7-18.

TEOLOGIA

Os cristãos de Colossos viam-se tentados a seguir as crenças esotéricas, um misto de elementos pagãos, judaicos e cristãos. Estas crenças atribuíam muita importância às forças cósmicas, ao poder dos anjos e de outros seres que se entrepunham entre Deus e os seres humanos e influenciavam o destino de cada pessoa.

Tais doutrinas e o recurso a práticas supersticiosas (2,16-23), preconizadas por mestres “heréticos”, levaram Paulo a proclamar Jesus Cristo como único e universal mediador entre Deus e o mundo criado. Nele se celebrou a vitória sobre esses poderes, à qual os cristãos se associam pelo baptismo (2,6-15), que é fundamento da liberdade cristã face a toda a sujeição (2,16-3,4).

A fé em Cristo morto e ressuscitado é o único caminho que conduz à sabedoria e à liberdade. Os cristãos, despojados do homem velho e revestidos de Cristo, pelo baptismo, nasceram para novas relações humanas baseadas na fraternidade (3,5-15).



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