Colossos
era uma pequena cidade da Ásia Menor situada junto de Hierápoles, entre Éfeso e
Laodiceia. Parece que nunca foi visitada por Paulo. O fundador desta igreja foi
Epafras (4,12), discípulo de Paulo. A ela pertenciam Filémon, destinatário de
uma Carta-bilhete a propósito do escravo Onésimo (Flm), e Arquipo (4,17).
O
problema dos anjos, a que se alude na introdução da Carta aos Efésios, também
era aqui muito vivo. Esta Carta segundo parece, cronologicamente anterior à dos
Efésios dá uma primeira resposta paulina a esse problema. As qualidades, os
poderes e as funções que os judeo-gnósticos atribuíam aos anjos, atribui-os
Paulo ao Cristo-Cósmico, que tem a primazia em toda a criação e é Filho de Deus
por natureza.
DESTINATÁRIO
A
Carta foi dirigida aos cristãos de Colossos durante o primeiro cativeiro de
Paulo (4,3.10.18), na última parte do seu ministério (61 a 63). A comunidade de
Colossos tinha saído do paganismo e não era conhecida pessoalmente pelo
Apóstolo, embora fosse fundada por um discípulo seu. A novidade do vocabulário
e dos temas desta Carta manifestam a sua originalidade em relação às outras
Cartas paulinas, o que se pode explicar pela novidade do meio ambiente da
comunidade de Colossos, ou por a Carta não ter sido escrita directamente por
Paulo.
DIVISÃO
E CONTEÚDO
O
conteúdo da Carta é o seguinte:
Introdução:
1,1-23;
I. O Evangelho de Paulo:
1,24-2,5;
II. Fidelidade ao Evangelho:
2,6-23;
III. Viver segundo o Evangelho:
3,1-4,6;
Conclusão:
4,7-18.
TEOLOGIA
Os
cristãos de Colossos viam-se tentados a seguir as crenças esotéricas, um misto
de elementos pagãos, judaicos e cristãos. Estas crenças atribuíam muita
importância às forças cósmicas, ao poder dos anjos e de outros seres que se
entrepunham entre Deus e os seres humanos e influenciavam o destino de cada
pessoa.
Tais
doutrinas e o recurso a práticas supersticiosas (2,16-23), preconizadas por
mestres “heréticos”, levaram Paulo a proclamar Jesus Cristo como único e
universal mediador entre Deus e o mundo criado. Nele se celebrou a vitória
sobre esses poderes, à qual os cristãos se associam pelo baptismo (2,6-15), que
é fundamento da liberdade cristã face a toda a sujeição (2,16-3,4).
A fé
em Cristo morto e ressuscitado é o único caminho que conduz à sabedoria e à
liberdade. Os cristãos, despojados do homem velho e revestidos de Cristo, pelo
baptismo, nasceram para novas relações humanas baseadas na fraternidade
(3,5-15).
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