sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A Terceira Semana dos EE


Terceira Semana dos EE

Passagem para a 3ª semana

Depois de contemplar a vida pública de Cristo, ouvindo o chamado concreto para o seguimento de Cristo, a segunda semana do exercitante terminou com a eleição ou reforma de vida. A disposição da vida para o louvor e serviço de Nosso Senhor, o desejo de oferecer a vida para trabalhar com Jesus no Reino, permitiu escolher o que Deus foi indicando nas moções de consolação do exercitante.

Necessidade da 3ª semana

A terceira semana serve para ‘confirmar a opção feita, confrontando a nossa pequenez com o amor sem limites que o ‘Rei Eterno’ manifesta por meio da Eucaristia e dos sofrimentos de sua Paixão .’

Seguir o Cristo implica conhecer afetivamente e acolher mais profundamente a sua entrega redentora, contemplando a sua morte-ressurreição: ‘amou-os até o fim’. A oblação rezada na consideração do Reino (E98) e o pedido da graça de ser recebido na bandeira de Cristo (E 147) já estavam impregnadas desse seguimento no modo humilde de Cristo. É um tempo propício para confirmar e fortificar a eleição, principalmente para aqueles que querem e se sentem chamados ao terceiro modo de humildade (E 167).

‘A condição e o meio da oblação se encontram na Cruz, no seguimento de Jesus Crucificado’.  Adentrar o mistério pascal é o centro da vida cristã e de sua mensagem salvífica.

Preâmbulos à 3ª semana

No exercitatório, os exercícios de 3ª semana foram precedidos das instruções para fazer uma boa e sadia eleição ou reforma de vida, e que resultam do seguinte itinerário.

A jornada inaciana e definição da matéria da eleição
4º dia  Meditação das duas bandeiras
Meditação dos três tipos de pessoas
5º dia  Contemplação da partida de Nazaré para o rio Jordão e como foi batizado
Começou-se a definir a matéria da eleição

Contemplações da vida pública de Cristo

6º dia   Contemplar como Nosso Senhor foi do Jordão ao deserto
7º dia   Como santo André e outros seguiram a Cristo nosso Senhor
8º dia   O sermão da montanha e as oito bem-aventuranças
9º dia   Como Cristo nosso Senhor apareceu a seus
              discípulos sobre as ondas do mar
10º dia Como o Senhor pregava no Templo
11º dia A ressurreição de Lázaro
12º dia O dia de Ramos

Eleição

Três modos de humildade
Instruções para fazer uma boa eleição
Ou reforma de vida: para emendar e reformar a própria vida e estado.

As últimas frases da 2ª semana remetem ao princípio e fundamento:

não ‘querer e nem procurar outra coisa que não seja, em tudo e por tudo, o maior louvor e glória de Deus nosso Senhor’. ‘Pois cada um pense que progredirá em todas as coisas espirituais, na medida em que sair do seu próprio amor, querer e interesse’ (E 189).

Inácio vê uma proporção  entre o proveito espiritual e o desapego ao próprio amor, querer e interesse. É nesse clima que se entra na 3ª semana com uma reforma de vida ou eleição, esperando-se que a consideração do 3º modo de humildade tenha inspirado o querer do exercitante  ‘para mais imitar e servir (a Cristo Nosso Senhor), se for igual ou maior serviço e louvor de Sua divina Majestade’ (168). É nessa linha que a contemplação da Paixão de Cristo proporcionará maior proveito espiritual no seguimento de Cristo.

Visão do conjunto da 3ª semana

A metodologia dos exercícios
Continuam os mesmos passos em cada EE:
-          a oração preparatória: como de costume pedir pelo fim para o qual somos criados. [Isso implica em buscar louvar e servir a Deus nosso Senhor nas contemplações e meditações]
-          preâmbulos do exercício; na 3ª semana, como na 2ª , três preâmbulos:
o         recordar a história a ser contemplada
o         a composição vendo o lugar. Dá realismo à situação existencial de Jesus.
o         pedir o que se quer e deseja: orienta a vontade durante o exercício
-          6 pontos: partes do mistério a serem contempladas e considerações
-          Termina com um colóquio a Cristo nosso Senhor
-          E oração do ‘Pai Nosso’

O exercitatório continua propondo 5 exercícios ao longo do dia, na mesma seqüência que as outras semanas (E204, E 72) :
1º exercício: 1ª contemplação (fazer à meia-noite)
2º exercício: 2ª contemplação (fazer de manhã ao levantar-se)
3º exercício: Repetição da 1ª e 2ª contemplação (perto da hora da missa, antes de alimentar-se)
4º exercício: Repetição do 3º exercício (no tempo das vésperas)
5º exercício: aplicação dos sentidos sobre essas contemplações (uma hora antes do jantar)

Contemplação da paixão de Cristo

O título do EE de 3ª semana, fala de ‘como Cristo Nosso Senhor foi de...a ...’: contempla-se o modo de ser ou de proceder de Cristo ao longo do itinerário da paixão.

1º dia De Betânia à ceia em Jerusalém           e da ceia até o horto
2º dia Do horto à casa de Anás             e da casa de Anás à casa de Caifás
3º dia: Da casa de Caifás até Pilatos                e de Pilatos até Herodes
4º dia: De Herodes a Pilatos                              e na casa de Pilatos
5º dia: Da casa de Pilatos até o calvário         e a crucifixão
6º dia: Descida da cruz           e sepultamento até a casa de Nossa Senhora
7º dia: Contemplação de toda a paixão. Considerar a morte de Cristo (corpo separado e afastado da alma) e solidão de Nossa Senhora e dos discípulos
Regras para ordenar-se no comer

Continuando na via iluminativa

Continua-se a se exercitar na via iluminativa (E10). Nessa etapa (semana) contempla-se a ceia, a paixão e morte do Senhor. A petição (ter os mesmos sentimentos de Cristo) e o tema da ceia não deixam de levar sempre mais na via unitiva, pela comunhão com o sacrifício de Cristo. Essa etapa não deixa de ser também purificadora de afeições desordenadas.

A configuração a Cristo chegou ao nível da união mais afetiva e efetiva a partir da eleição que se fez e tanto mais para quem desejou ser escolhido e escolheu ‘mais pobreza com Cristo pobre do que riqueza; mais injúria com Cristo injuriado do que honras’. E também desejou ‘ser considerado inútil e louco por Cristo, que primeiro foi tido por tal, antes de ser tido por sábio e prudente neste mundo’. (E 167, o terceiro modo de humildade).

O que se quer alcançar no percurso da 3ª semana

O objetivo da 3ª semana se delineia nas petições que são estipuladas nos 3 preâmbulos: ‘pedir o que quero’ .  O pedido deve adaptar-se à matéria proposta: ( E 48): ‘... sobre a paixão, pedir pena, lágrimas e aflição com Cristo atormentado’.

1ª contemplação do dia. E 193
pedir ‘dor, sentimento e confusão, porque o Senhor vai a sua paixão por meus pecados.’
A petição nos recoloca na continuidade da contrição alcançada na 1ª semana: dor e confusão pelos meus pecados diante do Senhor crucificado . O ‘que devo fazer por Cristo?’ presente no primeiro colóquio do itinerário dos EE, já tem uma resposta fruto da eleição ou da reforma de vida.

2ª contemplação do dia. E 202
pedir ‘o que é próprio pedir na paixão: dor com Cristo doloroso; abatimento com Cristo abatido; lágrimas, com pena interior por tanta pena que Cristo passou por mim.’

A segunda petição nos convida a uma comunhão com Cristo na sua paixão, algo na continuidade do conhecimento interno de Jesus Cristo, mas de forma mais passiva, acolhendo a entrega de nosso Senhor. É com-paixão, e não culto da dor. Não se acentua mais um ‘para que’ como no E 104:  ‘para que mais o ame e o siga’. É estar com o Senhor nesse momento crucial de sua entrega.

1ª repetição, 2ª repetição e aplicação dos sentidos
Os exercícios continuam a intensificar a comunhão com Cristo atormentado.
Pela dinâmica do afunilamento ao longo do dia, prevalece a petição na forma da 2ª contemplação, que explicita a configuração com o Cristo, na Paixão; não seria o caso de insistir na contrição, mas ela não deixa de estar aí ‘com pena interior por tanta pena que Cristo passou por mim’. Não se trata de um dolorismo ou sentimentalismo, mas a partir da eleição que fiz, conhecer mais internamente a paixão de Cristo, que é comunhão com a dor da humanidade, e confronto entre o Reino e esse mundo. Também é experiência de salvação ‘dos meus pecados’.

Colóquios E 199
No colóquio pedir e falar segundo o assunto proposto. Pode-se pedir o que desejo mais eficazmente acerca de algumas coisas particulares.
Concretamente, podem ser os pontos onde minha afeição se desordena, como aqueles que apareceram na meditação dos três tipos de pessoas (2ª semana, E 153-157), ou outros conforme se é tentado ou consolado, se se deseja uma virtude ou se dispor para uma coisa, ou doer-se ou alegrar-se no que se contempla...

Conteúdo dos exercícios da 3ª semana

Contemplam-se dois trechos da paixão por dia, e no último dia uma repetição de toda a paixão.

Os pontos dos exercícios: contemplação e consideração. E 190-197

Todos os exercícios se desenrolam em 6 pontos:
- 3 pontos próprios da contemplação: ver as pessoas, ouvir o que dizem e olhar o que fazem, e refletindo sobre si mesmo, procurar tirar algum proveito de cada ponto;
- e 3 pontos de  consideração. Essas considerações são um caminho que aprofunda os frutos da 1ª semana: a dor e confusão pelos próprios pecados, ao contemplar a paixão de nosso Senhor, procurando com esforço pessoal, com muito empenho por condoer-se, entristecer e chorar.
-          O padecimento: E 195: ‘considerar o que Cristo nosso Senhor padece na humanidade ou o quer padecer, segundo o passo que contempla’. [O querer de Jesus e sua aceitação de sofrer.]
-          O mistério: E 196 ‘considerar como a divindade se esconde: poderia destruir a seus inimigos, e não o faz; e deixa padecer tão cruelmente sua sacratíssima humanidade’.[ É o mistério da encarnação levado às últimas conseqüências: a divindade se esconde no sofrimento.]
-          Por meus pecados : E 197: ‘considerar como ele padece tudo isto por meus pecados, etc. E que devo fazer e padecer por ele’.
Terminar com um colóquio a Cristo nosso Senhor e um ‘Pai nosso’.
- Em cada um dos pontos de consideração, o Exercício pede :
-          ‘E aqui começar com muito empenho e fazer esforço por sentir dor, entristecer-me e chorar’
Não se trata de um esforço emocional, mas do esforço de sentir a dor que Cristo sofre, a graça da com-paixão. Exige esforço pois espontaneamente fugimos do sofrimento e da dor, mas a afeição por Cristo leva a condoer-se com Ele ao contemplar a sua paixão.

A matéria da oração terminou com a mesma atitude do colóquio do primeiro exercício da 1ª semana, só que olha mais para o futuro, conforme a eleição ou reforma de vida discernida na 2ª semana. Do ‘olhando para mim mesmo, perguntar o que tenho feito por Cristo, o que faço por Cristo e o que devo fazer por Cristo’ (E 53), passa-se ao ‘que devo fazer e que devo padecer por ele’. O ‘que devo padecer por ele’, é a abertura que vem do terceiro modo de humildade, numa identificação maior com o caminho de Cristo.

O primeiro exercício do dia na 3ª etapa, não se faz mais diante do crucifixo, mas na contemplação do mistério da paixão, tendo adquirido na 2ª semana um maior conhecimento interno de Jesus Cristo, e tendo mais amor por Ele, querendo segui-lo conforme a eleição que se fez. Os frutos da 1ª e da 2ª semana dão outra dimensão a essa repetição do 1º exercício do itinerário (E 45-54). A consciência interior de que o Senhor padece tudo isso por meus pecados, aprofunda a salvação da minha alma na eleição que se faz. Não é mais uma consciência externa, dogmática, mas algo ligado à eleição de um caminho que me salva.

[O verbo ‘que devo’ tem um sentido moral, e não moralista: que posso fazer de melhor, como alcançar o bem que se apresenta a mim e que me é dado seguir. Esse bem requer engajamento, suscita uma reação ou resposta. Não me deixa neutro, e não posso ficar neutro]

Pedir sobre ‘coisas particulares’

A nota (E 199) dá liberdade de fazer o colóquio na linha da jornada inaciana, o tríplice colóquio. Essa nota sobre o colóquio, lembra ‘que devemos pedir e falar segundo o assunto proposto’, isto é conforme o estado em que se encontra o exercitante: ‘se me acho tentado ou consolado; se desejo ter uma virtude ou outra; se quero me dispor para uma coisa ou outra; se quero doer-me ou alegrar-me com o que contemplo. Finalmente, pedindo aquilo que desejo mais eficazmente acerca de algumas coisas particulares’.

Essas ‘coisas particulares’ são associadas à meditação dos três tipos de pessoas (E 157) onde se recomendava agir contra as afeições desordenadas para tornar-se indiferente e ‘querer, pedir e suplicar somente o que for para o serviço e louvor de sua divina bondade’. Sugere, se for o caso, continuar a trabalhar as resistências que podem ser purificadas durante a 3ª semana. São ligadas ao pedido de pobreza, desprezo e humildade com Cristo pobre, perseguido e humilhado.

3º e 4º exercício do dia. E 204

Repetição sobre a 1ª e a 2ª contemplação. Repetição: (cf. E62) ‘Prestar atenção e demorar-me mais nos pontos em que senti maior consolação, desolação ou sentimento espiritual’
Continua o afunilamento com o fruto que veio dos colóquios dos exercícios anteriores sobre o ‘que devo fazer e padecer por ele’, e da graça que se alcança ‘acerca de algumas coisas particulares’.

5ª contemplação, aplicação dos sentidos. E 204

O último exercício do dia requer aplicar os sentidos sobre a primeira e a segunda contemplação (cf. E 121). Depois da oração preparatória e dos três preâmbulos, é proveitoso passar os cinco sentidos da imaginação pela 1ª e 2ª contemplação, refletindo e tirando algum proveito de cada ponto.

- 1º ponto: ‘ver as pessoas, com o olhar da imaginação, meditando e contemplando em particular as circunstâncias em que estão’
- 2º ponto: ‘ouvir o que falam, ou poderiam falar’
- 3º ponto: ‘sentir e saborear com o olfato e o paladar a infinita suavidade e doçura da divindade, da alma e de suas virtudes, e de tudo o mais, conforme for a pessoa que se contempla’
- 4º ponto: ‘sentir com o tato, assim como abraçar e beijar os lugares onde tais pessoas pisam e tocam’.

[A aplicação dos sentidos reforça a configuração na vivência do mistério, com os outros sentidos. Não só o ver e ouvir, mas o tocar, o cheirar e o gosto. Ela acontece no fim do dia, depois do afunilamento da contemplação dos mistérios, e se impregnando mais ainda do que mais tocou continuando o esforço para alcançar o que se quer, aqui ‘dor com Cristo doloroso; abatimento com Cristo abatido; lágrimas, com pena interior por tanta pena que Cristo passou por mim’]

Nos últimos dias da 3ª etapa

Presença de Maria
Na contemplação do  mistério do sepultamento de Cristo (E 208,  6º dia) vem a indicação de continuar com Nossa Senhora, acompanhando-a no seu lugar de recolhimento. Maria, a parturiente de Deus (Theotokos),  vai ser a ponte nesse tempo de obscuridade, e a casa onde está, a composição de lugar de contemplação. Vai ser também a ponte para a 4ª semana, onde Cristo lhe aparecerá por primeiro. No último dia da 3ª etapa, considera-se também ‘a solidão de Nossa Senhora, em tanta dor e fadiga’.
Recapitulação de toda a paixão e o descanso de Cristo

O 7º dia e último dia, é como o sábado santo do grande silêncio.
Retoma-se toda a paixão nos dois primeiros EE do dia. A Paixão deve estar bem viva depois desses 6 dias de contemplação (12 mistérios). E no lugar dos 3 outros EE, considerar o dia inteiro Cristo nosso Senhor na sua condição de morto.

Diz o EE (E 208, 7º dia):  ‘considerar, durante o dia inteiro, com a maior freqüência possível, como o corpo sacratíssimo de Cristo nosso Senhor ficou separado e afastado da alma, bem como onde e de que modo foi sepultado’. É um tipo de velório diante de Cristo morto, e memória do conjunto da 3ª semana.
Considerar também a solidão de Nossa Senhora e dos discípulos, ‘solidão em tanta dor e fadiga’.

Notas

Mudanças circunstanciais das 2ª e 6ª adições . E 206

2ª adição: (para o 1º e 2º exercício, à meia noite e de manhã) ‘logo ao despertar, ter presente aonde vou e para quê. Resumindo um pouco a contemplação que quero fazer, segundo o mistério proposto, esforçar-me, enquanto me levanto e visto, para sentir tristeza e dor de tanta dor e de tanto padecer de Cristo nosso Senhor’.

6ª adição: ‘não procurar pensamentos alegres, ainda que bons e santos, como de ressurreição e glória. Antes motivando-me a sentir dor, pena e abatimento, recordando, freqüentemente, os trabalhos, fadigas e dores que Cristo nosso Senhor passou, desde o dia em que nasceu até o mistério da Paixão, no qual estou’.

Quais as imagens que podem ajudar a criar o clima de tristeza, dor de tanta dor e padecer de Cristo? Inácio não sugere nenhuma imagem do mundo, como o fez na 1ª semana (a vergonha diante da corte de um rei) pois as próprias imagens da contemplação da paixão já dão esse clima.

Reforço sobre o exame do modo de rezar
O E 207 insiste no exame particular, duas vezes por dia (depois da refeição do meio-dia e da noite), ‘sobre as faltas e negligências a respeito dos exercícios e adições’ (E 160) .
É preciso dar uma atenção especial ao modo de rezar e ao que ajuda a encontrar o que se busca .

Limitar-se ao mistério contemplado
A nota do E 127 refere-se também à 3ª e 4ª semana: ‘somente tenho de ler o mistério da contemplação que devo fazer logo em seguida’. Recomenda não ler outros mistérios ‘a fim de que a consideração de um mistério não atrapalhe a do outro’.

Adaptar o número de EE diários
Da nota E 205: conforme a idade, a disposição e o clima ajudem o exercitante, adaptar a quantidade de exercícios diários, para 5 ou menos exercícios.
Caso reduzir o número de exercícios, pode-se manter uma ou duas contemplações e a repetição em pelo menos um exercício. Não há indicações se deve-se  privilegiar a forma da aplicação dos sentidos. Fica a critério de adaptação ao exercitante, segundo o que mais o ajude a alcançar o propósito da 3ª semana.

Regras para ordenar-se no comer

Essas regras são colocadas entre a 3ª e a 4ª semana. São para ‘ordenar-se no comer de agora em diante’. Saindo da consolação da eleição da 2ª semana, entrou-se num clima de dor, e a nossa natureza tende a compensar-se na comida. A colocação das regras nesse momento é muito oportuna. É meditando sobre a condição de morto de Cristo, e considerando a solidão que o exercitatório coloca instruções sobre o instinto de comer.

Não são penitências, mas indicações a respeito da virtude da temperança .
Regras sobre a abstenção em relação à comida, buscando um equilíbrio (E 213). Incentivo a considerar coisas santas durante a refeição (como o Cristo comendo com os apóstolos, seu modo de comer e beber) a fim de amenizar o sentido e prazer no alimento do corpo (E 215). Ser senhor de si no alimentar-se (E 216). Prever o que vai comer na próxima refeição quando está sem fome, e agir contra quando sente um apetite desordenado, comendo menos do que previsto.

Bibliografia

Completar o estudo com os seguintes artigos:
1) Livro dos exercícios, EE 190 a 217 com as notas de rodapé.
2) Artigos da Revista de Itaicí: as revistas n.28 e n. 60 concentram vários artigos tratando da 3ª semana. Pode-se ler:
n. 60, GONZÁLEZ-QUEVEDO, Luis ‘ Introdução à Terceira Semana’, p. 69-84
n. 12, KOLVENBACH, Peter-Hans, ‘A paixão segundo Santo Inácio’
n. 28, VANHOYE, Albert ‘Os mistérios da paixão e os exercícios espirituais’, p.35-44
3) Livros sobre as contemplações da 3ª semana
PAIVA, Raul,sj Da ceia ao Pai Nosso. Para orar os passos da Paixão,Ed. Loyola, SP, 1996
BARREIRO, Alvaro,sj A Paixão de Jesus Cristo: escândalo, loucura ou epifania do amor de Deus? (obra em via de publicação; sumário disponível na biblioteca)

Fonte: Curso de Capacitação para Orientadores de EE – Cap 1

9 a 18 de julho 2009, Itaici, Centro de Espiritualidade Inaciana

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