quarta-feira, 13 de abril de 2016

Baruc


 
Baruc

 

Este escrito recebe o nome de Livro de Baruc a partir de 1,1-3, onde o seu autor se apresenta e nos descreve um pouco da história dos desterrados da Babilônia, após a tomada de Jerusalém por Nabucodonosor.

 

AUTOR

 

Quem é Baruc? No livro de Jeremias, Baruc é apresentado como “escriba” ou “secretário” do profeta (Jr 36,4-32) e estreitamente ligado a algumas etapas da sua vida (Jr 32,12-16), chegando, mesmo, a refugiar-se com ele no Egipto (Jr 43,1-7).

 

Pelo texto, vemos também que desempenhou uma tarefa importante junto dos exilados, fazendo-se aí porta-voz do profeta de Anatot.

 

Mas o nome dado ao autor deste escrito é certamente um pseudônimo, técnica muito comum no campo literário em todos os tempos, e também no mundo bíblico. Isto é tanto mais provável quanto este livro não remonta ao período do exílio da Babilônia, embora algumas das suas fontes e os episódios narrados se situem nesse contexto.

 

LIVRO

 

Recolhendo estes elementos, um autor anônimo, que se esconde por trás do nome de Baruc, compôs esta obra a partir de diversas fontes e com gêneros literários diferentes.

 

O autor denota influências dos profetas da época do Exílio, especialmente de Jeremias, Ezequiel e Segundo Isaías, quer nos temas abordados, quer na forma literária. Também é de salientar a linguagem de tipo sapiencial e mesmo apocalíptico, a que recorre com frequência.

 

Trata-se de um livro que não figura na Bíblia hebraica, fazendo parte da lista dos chamados livros Deuterocanônicos. O texto que chegou até nós é apenas conhecido na versão grega, sendo clara a intenção de o apresentar como um livro profético.

 

DIVISÃO E CONTEÚDO

 

Consta das partes seguintes:

 

Introdução histórica (1,1-14). Além de apresentar o livro e o seu autor, relata o efeito que a sua leitura produziu sobre o rei, os nobres e todo o povo.

 

I. Confissão dos pecados, em prosa (1,15-3,8): não é mais do que uma espécie de “celebração penitencial” dos exilados da Babilônia.

 

II. Exortação sobre a sabedoria, em poesia (3,9-4,4): é composta por uma exortação de tipo sapiencial e um oráculo sobre a restauração de Jerusalém e o regresso do povo (4,5-5,9). Carta de Jeremias (cap. 6,1-72): sob a forma de mensagem dirigida aos exilados da Babilônia, o profeta critica a idolatria, exortando-os a não seguirem os ídolos da cidade para onde tinham sido deportados. Em certas edições da Bíblia, a Carta de Jeremias aparece como livro autônomo. Aqui colocamo-lo no fim de Baruc, sempre no “Corpus” de Jeremias.

 

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