segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Carta aos Filipenses


Carta aos Filipenses

Filipos era uma cidade situada ao norte da Grécia, que Filipe II da Macedónia, pai de Alexandre Magno, agregou ao seu reino, dando-lhe o seu próprio nome. Antes, chamava-se Krénides (ver Act 16,12). Paulo chegou a Filipos nos anos 49 ou 50, com Timóteo, Silvano e Lucas. O mesmo Lucas, nos Actos (Act 16,1-40), faz a narração do facto na primeira pessoa do plural, como um dos intervenientes nele.

COMUNIDADE

Foi em Filipos que começou a evangelização da Europa. Os judeus, sendo poucos, não possuíam aí uma sinagoga, mas apenas um lugar de oração. Lídia, que Paulo baptizou, fazia parte deste grupo. Formou-se aí uma pequena comunidade, sobretudo de origem pagã (Act 16,11-40; 1 Ts 2,2).
Esta comunidade sentia-se particularmente unida a Paulo; dela recebera o Apóstolo dons (4,15; 2 Cor 11,8-9), não obstante insistir no trabalho gratuito (1 Cor 4,12; 9,15; 2 Cor 11,7-9; 1 Ts 2,9; 2 Ts 3,7-9). Quando soube que ele fora preso, em Éfeso ou em Roma, organizou uma colecta e enviou-lhe Epafrodito para a entregar a Paulo. Epafrodito, porém, caiu doente, o que causou preocupações em Filipos. Paulo, logo que a doença o permitiu, reenviou-o a Filipos, com esta Carta (2,25-30).

DATA E LOCAL

Esta é, pois, com Cl e Flm, uma das Cartas do Cativeiro. Parece ter sido escrita em Roma (Act 28,16.30-31); no entanto, poderá ter sido escrita num outro qualquer cativeiro (2 Cor 11,23; ver 1 Cor 15,32; 2 Cor 1,8). «O pretório», de 1,13, não prova que Paulo tenha escrito a Carta em Roma, pois esse termo designava também a residência dos governadores romanos (Mt 27,27 nota; Mc 15,16; Jo 18,28-31 nota). O mesmo se diga da «casa de César» (4,22). O cativeiro pode, pois, ter sido em Éfeso, onde passou dois anos (Act 19,8-10). Se foi escrita nesta cidade, a Carta seria dos anos 56-57; se foi escrita na prisão de Roma, teria sido nos primeiros meses de 63.

DIVISÃO E CONTEÚDO

O conteúdo da Carta é o seguinte:
Introdução: 1,1-11;
I. Prisão de Paulo: 1,12-26;
II. Deveres da comunidade: 1,27-2,18;
III. Solicitude pela comunidade: 2,19-3,1;
IV. O Apóstolo, modelo da comunidade: 3,2-4,1;
Conclusão: 4,2-23.

TEOLOGIA

Esta Carta não tem um pensamento teológico organizado. No entanto, sobressaem algumas doutrinas: a comunhão fraterna entre a comunidade e o Apóstolo. Apesar de estar preso, Paulo vê nestes acontecimentos dramáticos uma fonte de esperança para o anúncio do Evangelho.
Por seu lado, os Filipenses deverão ser fiéis a Cristo perante os falsos mestres, imitando Paulo (3,2-11). Para exortar os cristãos, o Apóstolo cita-lhes um hino a Cristo, servo sofredor (Is 53), mas que Deus fez Senhor de toda a Criação (2,6-11). Uma característica fundamental desta Carta é o tom afectuoso, que perpassa todo o texto.




Nenhum comentário:

Postar um comentário