EPIFANIA: MANIFESTAÇÃO DA TERNURA DE DEUS NO MUNDO
Pe. Marcelino Sivinski
Vivemos no clima do Natal. A
alegria invade nossos corações. Tudo respira festa. As casas, as ruas e as
igrejas permanecem enfeitadas com símbolos natalinos. Partilhamos votos de
Feliz Natal e Próspero Ano Novo. A paz parece ter encontrado a sua morada entre
nós e construído a sua casa no mundo. Prolongamos visitas aos amigos e
familiares. Preparamos confraternizações. Não nos cansamos de ouvir músicas
natalinas. Um desejo enraizado no coração nos faz cantar: Glória a Deus e
paz na terra aos homens de boa vontade. Rezamos para que essa paz e essa
harmonia perdurem por muito tempo ou que nunca se apaguem. O nascido em Belém é
o Príncipe da Paz. Ele é a nossa salvação.
Natal e Epifania são duas festas
que celebram o mesmo Mistério. No prefácio da Epifania rezamos: "Quando Cristo se manifestou em nossa carne
mortal, vós nos recriastes na luz eterna
de sua divindade". Na oração sobre as oferendas da missa da noite de
Natal rezamos: "Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons, e
dai-nos participar da divindade daquele
que uniu a vós a nossa humanidade".
No Natal lembramos a manifestação
do Senhor aos seus concidadãos, representados pelos pastores. Na Epifania
voltamos nosso olhar para os outros povos e nações, representadas pelos magos.
A Epifania é a revelação da ternura do Deus que
deseja salvar a todos. Contudo, ele só será salvação se a comunidade se colocar
em sintonia com a salvação que é oferecida a todos.
Deus na sua
bondade alimenta nossos sonhos de paz e oferece sinais. Os sinais de Deus não
são os mesmos: os magos tiveram a estrela: Herodes teve a palavra dos magos; os
judeus tiveram a Escritura. Deus continua falando de muitas maneiras. O
importante é pôr-se em atitude de busca.
Os magos do
Evangelho representam os povos que caminham ao encontro da Paz, que é o próprio
Deus. Ele vem até nós em Jesus. Nós temos de nos colocar no caminho da procura.
Essa procura não é fácil. Há momentos em que não vemos mais “a estrela”, não
vemos os sinais de Deus e ficamos perdidos.
No Evangelho Jesus aparece como
resposta às expectativas do povo de Israel e de todos os povos. Os magos são os
verdadeiros fiéis que adoram o Filho de Deus e antecipam a comunidade eclesial.
Do nascimento de Jesus, segue o nascimento da Igreja, destinada a ser “uma
multidão imensa, que ninguém podia contar, gente de todas as nações, tribos,
povos e línguas” (Ap 7,9).
A Epifania
retoma o Natal de Jesus celebrando a sua humanidade manifestada a todos os
povos. Traz consigo a mística de que a salvação destina-se a todos: “Levanta-te
e brilha, Jerusalém, olha o horizonte e vê. Sobre todas as nações brilha a
glória do Senhor” (Is 60,1). Manifestemos hoje o Redentor de todos os povos e
façamos deste dia a festa de todas as nações. Epifania é a festa da chegada da
Paz para todos os habitantes da terra. É a festa do encontro da paz com as culturas, religiões e crenças.
Perguntas para reflexão pessoal e em grupos:
01.Como é a
Festa dos Reis em sua comunidade? O que de bonito acontece?
02. O que a
Igreja celebra na festa da Epifania?
03. O que
devemos cultivar em nosso coração na Festa da Epifania?
Fonte: Formação Litúrgica em Mutirão
CNBB – Rede Celebra – Revista de Liturgia
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