Natural
de Listra, filho de pai grego e de mãe judia, Eunice (Act 16,1), Timóteo
tornou-se companheiro de Paulo, desde que este por ali passou, no decorrer da
segunda viagem missionária (Act 15,35-18,22). Aparece associado a ele no
endereço de várias Cartas (2 Cor, Cl, 1 e 2 Ts, Flm), está ao seu lado em
Atenas (Act 17,14-15), em Corinto (Act 18,5), em Éfeso (Act 19,22) e é um dos
portadores da colecta para Jerusalém (Act 20,4). Foi encarregado por Paulo de
várias missões difíceis, para resolver situações delicadas (Rm 16,21; 1 Cor
4,17; 16,10-11; Fl 2,19-24; 1 Ts 3,2-6).
DIVISÃO
E CONTEÚDO
No
conteúdo teológico desta Carta destacam-se especialmente dois conjuntos:
Saudação inicial e acção de graças:
1,1-20.
I. A organização eclesial
(2,1-4,16).
II. Conselhos a várias classes de
pessoas (5,1-6,19).
Mas a sequência dos temas é a seguinte:
Combater as falsas doutrinas: 1,3-20;
Organização do culto: 2,1-15;
Qualidades para o episcopado: 3,1-7;
Qualidades do diácono: 3,8-13;
Hino ao mistério da piedade: 3,14-16;
Contra os falsos mestres: 4,1-5;
Timóteo como modelo: 4,6-16;
Instruções para vários grupos cristãos: 5,1-6,19.
Saudação final:
6,20-21.
Das
três Cartas Pastorais, esta é a que contém mais informações de ordem pessoal,
quer no que diz respeito a Paulo (1,12.15-18; 3,10; 4,6-8.16-18), quer aos seus
destinatários (1,5; 2,17; 3,15; 4,9-15.19-22). Estes elementos, aliados ao
facto de ser esta a Carta Pastoral que menos se afasta do estilo paulino,
constituem um sério argumento em favor de uma autoria, pelo menos parcial, do
Apóstolo, quer sob a forma de um escrito seu que tenha sido posteriormente
completado, quer de indicações dadas a um secretário que se encarregou da
redacção (ver Introdução às Cartas Pastorais, p. 1949-1950).
De
qualquer modo, na sua forma actual, esta Carta dificilmente pode ser atribuída
a Paulo, na sua totalidade; os dados de natureza pessoal, habitualmente
considerados fidedignos, podem ser fruto de informações orais sobre a última
fase da vida do Apóstolo.
DIVISÃO
E CONTEÚDO
A
Carta tem a seguinte estrutura:
Saudação
e acção de graças (1,1-5), que introduzem o tema
central, enquadrado por duas exortações solenes a Timóteo, para que renove a
graça do ministério pastoral que lhe foi confiado (1,6-18; 4,1-5).
Parte
central: é um aprofundamento da missão de Timóteo (2,1-13),
contraposta à dos falsos mestres (2,14-26) e exercida num ambiente de
indiferença e hostilidade (3,1-17). O testemunho do próprio Paulo, que se sente
já no crepúsculo de uma vida inteiramente dedicada ao Evangelho e espera
concluí-la na fidelidade à sua missão (4,6-8), constitui exemplo e
encorajamento para todos os pastores.
Conclusão: tem
algumas recomendações e pedidos (4,9-18) e uma saudação final (4,19-22).
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