Pintura Românica
A pintura românica não teve um desenvolvimento súbito e
revolucionário, tal como aconteceu na arquitectura românica. Ela seguiu a
tradição pictural, sobretudo nas iluminuras de manuscritos (como o do
Evageliário de Corbie) e praticou-se, sobretudo, em duas modalidades:
Pintura de grandes
dimensões, utilizada na decoração de interiores, principalmente nas igrejas;
Pequena pintura,
para ornamento e ilustração em livros: iluminuras.
Existiu nas seguintes formas:
frescos (ou afrescos)
retábulos
mosaicos
A temática dominante é a religiosa, tal como na escultura. É
a narração de feitos bíblicos e religiosos como a vida de Cristo. As técnicas
formais e estilísticas empregues variam consoante as regiões. Isto deve-se ao
ensino do artista nas escolas ou oficinas em que mestres de gerações diferentes
ensinavam a arte.
A diversidade formal e técnica da pintura do românico é
identificada por:
a prevalência do
desenho;
a falta de rigor
anatômico nas figuras, representadas com proporções disformes e deformadas com
tendência para a geometrização dos corpos;
as posições
demasiado desarticuladas;
as cores aplicadas
a cheio, ou seja, planas e sem sombreados ou outros efeitos;
os cenários são
abstractos e sem grande importância e cuidado, normalmente são lisos ou
inexistentes;
as composições são
geometricamente complexas e desorganizadas;
as cenas dispostas
da esquerda para a direita, de cima para baixo e ajustadas, por vezes separadas
por frisos com motivos geométricos e naturalistas.
Estas características não conferem realismo, mas antes, um
poder simbólico e sobrenatural.
Exemplos marcantes da pintura do românico são:
Pinturas e mosaicos de Pietro Cavallini, que prefigurou o
naturalismo de Giotto. Ele atuou principalmente em Roma, e Giotto, no começo da
carreira, teria ali conhecido seu trabalho. O estilo de Cavallini era
influenciado pela arte romana clássica. Suas obras estão expostas nas igrejas
de Basílica de Santa Maria em Trastevere e Santa Cecilia in Trastevere, em
Roma.
Afrescos na igreja de Les Salles-Lavauguyon, em Haute-Vienne,
na França, descobertos em 1986. Os afrescos fundem estilos celta e bizantino.
O Evangeliário de
Corbie
A Tapeçaria de Bayeux
As pinturas murais da abóbada de Saint-Savin-sur-Gartempe
O Evangeliário do abade Wedricus
O altar de Klosterneuburg, de Nicholas de Verdun
Os Carmina Burana
O período românico da arte foi o último antes do nascimento
do período gótico.
PINTURA
E MOSAICO
Na Idade Média, as várias atividades artísticas não eram
consideradas independentes entre si. Pelo contrário, elas contribuíam para as
realizações e decorações daquele que era a obra fundamental, a grande igreja
com que a comunidade exaltava o verdadeiro Criador.
Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja
recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar
valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da
arquitetura.
Embora muitos edifícios fossem construídos aproveitando as
propriedades decorativas da pedra ou dos tijolos, a decoração colorida, obtida
com os afrescos ou então, com os mosaicos, era uma decoração que procurava
efeitos impressivos, que amava as cores vivas e os desenhos fortemente
caracterizados. Tais ornamentações, profusas sobre as paredes das igrejas,
revestiam, por vezes, outras partes do edifício.
Por isso, a pintura românica desenvolveu-se sobretudo nas
grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era
uma técnica de pintar sobre a parede úmida.
Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa.
As características essenciais da pintura românica foram a deformação e o
colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a
interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo,
por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo
realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou
jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.
A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas
pedras, de vários formatos e cores, que colocadas lado a lado vão formando o
desenho, conheceu seu auge na época do românico. Usado desde a Antiguidade, é
originária do Oriente onde a técnica bizantina utilizava o azul e dourado, para
representar o próprio céu.
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