segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Pantocrator.2017.


Crer em Jesus Cristo hoje - I
Texto: Pe. Manuel Hurtado, SJ
Ícone: Pe. Renato,SJ.

Esta é a vida cristã: vivermos “[…] com os olhos fixos naquele
que é o autor e realizador da fé, Jesus” (Hb 12,2).

INTRODUÇÃO

Que significa crer em Jesus Cristo hoje? Sua vida, sua pessoa e seu estilo de viver ainda nos dizem alguma coisa? A mais de 2 mil anos das primeiras comunidades que com ele viveram, somos instigados a interrogar nossa fé em Cristo. É essa interrogação que nos permitirá entrar no âmago do sentido do crer em Jesus Cristo hoje. Não se trata simplesmente de dar uma resposta conhecida, pronta, como a de muitos catecismos e livros de formação que circulam em nossas paróquias. Tampouco se trata de dar resposta que busque um recuo identitário e excludente, pouco dialógico, ao qual estão tentados alguns grupos cristãos contemporâneos. Torna-se necessária uma resposta mais de cunho pessoal e experiencial, resposta que transpasse nossas entranhas crentes. Uma resposta crente, sim, que, contudo, não ignore a contribuição das pesquisas históricas realizadas sobre Jesus, especialmente durante o século passado e inícios deste. É necessário voltar ao elementar da fé e da vida cristã.

A imagem de Jesus Cristo foi deturpada ao longo das épocas. Houve uma multiplicidade de imagens de Jesus Cristo em circulação, e muitas delas ainda circulam em nossos dias. A figura de Jesus de Nazaré esteve sempre exposta e indefesa, muitas vezes à mercê dos desejos desordenados dos seres humanos. O Jesus dos evangelhos foi se diluindo num mar incomensurável de ícones falsificados. Por isso, crer em Jesus Cristo hoje não é algo evidente. Constatamos que a fé cristã, nos dias atuais, não se transmite mais culturalmente como aconteceu durante vários séculos em nosso continente… A matriz cultural da fé cristã que tornava possível a sua transmissão já não é onipresente.

Sabemos bem que muitos que professam a fé cristã acreditam em tudo, menos em Jesus Cristo morto e ressuscitado! Sentimos que a vida cristã se separou paulatinamente do que lhe é central: viver seguindo o estilo de Jesus de Nazaré. O cristianismo foi aos poucos acumulando lastros inúteis, sobrepondo à imagem do Jesus dos evangelhos e ao cristianismo histórico uma série de práticas piedosas, devoções quase idolátricas e rituais exangues que conduziram à deturpação da espiritualidade, da oração e do culto cristão. Lamentavelmente, aquilo que era completamente marginal, secundário e prescindível tornou-se fundamental, primário e indispensável.
Nosso itinerário é simples. Trata-se de um caminho de volta a Jesus. Desenvolve-se revisitando alguns lugares fundamentais de sua vida. Se voltarmos aos caminhos de Jesus, é para reconhecê-lo neles. Se transitarmos pelos caminhos da comunidade cristã nascida depois da Páscoa, é para tentarmos percorrer, ao mesmo tempo, os caminhos de nossa própria comunidade de fé, isto é, revitalizar a nossa fé em Jesus, confessado como o Cristo. É para sermos cristãos ao estilo de Jesus Cristo, autor e realizador de nossa fé.


Continua…

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Cubismo

Cubismo



O cubismo é um movimento artístico que surgiu no século XX, nas artes plásticas, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a literatura e a poesia pela influência de escritores como John dos Passos e Vladimir Maiakovski.O quadro "Les demoiselles d'Avignon", de Picasso, 1907 é conhecido como marco inicial do cubismo. Nele ficam evidentes as referências a máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a obra de Paul Cézanne.

O cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

Historicamente o cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.

O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

Evolução do movimento

Fase cezannista ou cezaniana (1907 a 1909): Influência do francês Paul Cézanne.

Fase analítica ou hermética (1909 a 1912): caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação foi tão grande, que se tornou qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

Cubismo sintético (1913 1914): reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Desta última fase decorrem dois movimentos:

Orfismo
Secção de Ouro

Características

Geometrização das formas e volumes;
Renúncia à perspectiva
O claro-escuro perde sua função;
Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
Sensação de pintura escultórica;
Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
Cores fechadas.

Artistas plásticos


Juan Gris, 1914: Homem no café

Paul Cézanné
Paul Gauguin
Pablo Picasso
Georges Braque
Juan Gris
Kazimir Malevich
Lyonel Feininger
Fernand Léger
Umberto Boccioni
Robert Delaunay
Diego Rivera
Alexandra Nechita
Tarsila do Amaral
Vicente do Rego Monteiro
Piet Mondrian



Fauvismo

Fauvismo


Fauvismo é uma tendência estética da pintura, surgida no final do século XIX e desenvolvida no início do século XX, que tinha por características principais o uso exacerbado de cores fortes e o teor dramático nas obras.

O movimento foi tipicamente francês, iniciou-se por parte dos artistas da época que se opunham a seguir a regra da estética impressionista, em vigor na época. A tendência foi considerada movimento artístico apenas em 1905.

O Fauvismo, ou Fovismo, tinha temática leve, baseada na alegria de viver e nas emoções, e não tinha fundamentação ou intenção crítica nem política. A gradiente de cores é consideravelmente reduzida nestas obras, mas o papel das cores é extremamente importante nelas, pois eram responsáveis pela noção de limites, volume, relevo e perspectiva. Além disso, as cores não tinham relação direta com a realidade, não correspondiam à cor real do objeto representado.

O início do movimento, no final do século XIX, teve como representantes precursores Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Os estilos destes dois renomados artistas exerceram forte influência sobre os adeptos do Movimento Fauvista. O Fauvismo influenciou muito a ruptura da arte moderna com a antiga estética vigente, além disso, modificou a idéia de utilização das cores nas artes plásticas.

O termo surgiu de uma expressão pejorativa, utilizada pelo crítico de arte Louis Vauxcelles ao ver uma obra de Henry Matisse, em 1905, no Salão de Outono, em Paris. A expressão utilizada pelo crítico, “Les Fauves”, significa “os selvagens”. Apesar dos artistas seguidores e dos adeptos do movimento renegarem a nomenclatura, esta acabou ficando na história da arte.

Para o movimento Fauvista, as criações artísticas não possuem relação com intelecto ou sentimentos, ou seja, a criação artística deve ser livre e espontânea, baseada no instinto, nos impulsos primários. Também as cores, era levada amplamente em consideração a larga preferência por cores puras, elas são exaltadas no Fauvismo, e linhas e cores não possuem uma ordem predeterminada, são empregadas nas obras da mesma forma primária e instintiva que fazem crianças e selvagens, como diziam os próprios artistas.


Algumas das características físicas da pintura fauvista são o colorido brutal, as pinceladas violentas e definitivas, irrealidade na correspondência das cores da realidade com a representação e a pintura por manchas largas, na formação de grandes planos.

Os principais nomes do Fauvismo foram Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Georges Braque, Andre Derain, Jean Puy, Paul Cézanne, Henri Matisse, Kees van Dongen, Raoul Dufy e Georges Roualt.

Fauvismo

O fauvismo ou fovismo (do francês fauvisme, oriundo de les fauves, "as feras", como foram chamados os pintores não seguidores do cânone impressionista, vigente à época) é uma corrente artística do início do século XX, que se desenvolveu entre 1905 e 1907.[1]


La Danseuse jaune (1912) de Alexis Mérodack-Jeanneau (1873-1919). Musée des Beaux-Arts d'Angers.

O estilo começou em 1901 mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905. Segundo Henry Matisse, em "Notes d'un Peintre", pretendia-se com o fauvismo "uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes".

História


Retrato de Matisse, expoente do fauvismo, em 20 de maio de 1933.

Este grupo de pintores utilizava nos seus quadros cores violentas, de forma arbitrária. A denominação do movimento deve-se ao crítico conservador Louis Vauxcelles, que, no Salão de Outono de 1905, em Paris, comparou-os a feras (fauves). Havia ali uma escultura acadêmica representando um menino, rodeada de pinturas neste novo estilo, que o levou a dizer que aquilo lhe lembrava "um Donatello entre as feras". Tal denominação, inicialmente de caráter depreciativo, acabou por se fixar e passou designar o movimento.

O campo da criação artística é atingido fortemente pela Revolução Industrial. As mudanças são tão rápidas que seria impossível adotar os cânones artísticos anteriores. Neste meio não é mais permitido o estudo profundo, é preciso ingressar na corrida artística. As amarras criadas por normas sagradas buscam agora um novo propósito: pintar as sensações que despertam o estado de espírito no livre curso dos impulsos interiores. Muitas vezes o aprendizado é questionado. É a época da glorificação do instinto. O meio artístico gira em torno de um novo mundo. Está em ebulição. Multiplicam-se novos temas a respeito da arte, surgem novos comerciantes de quadros, críticos e exposições particulares. O artista possui, diante de si, cada vez mais informações em razão das mudanças e dos acontecimentos de sua época.

Os pintores fauvistas foram influenciados por: Van Gogh, através de seu emocionalismo e ardor passional no uso das cores, e por Gauguin, com seu primitivismo e visão sintética da natureza. A nova estética obedece aos impulsos instintivos ou as sensações vitais. Criar desobedecendo a uma ordem intelectual, onde as linhas e as cores devem jorrar no mesmo estado de pureza das crianças e selvagens, afrontando os cânones tradicionais da pintura. Evitam a ilusão da tridimensionalidade. A tela se apresentava plana, fornecendo apenas comprimento e largura. Basearam-se na força dos matizes saídos das bisnagas de tinta.

A realidade era deformada com a finalidade de produzir o estado de espírito do artista diante do espetáculo oferecido pela natureza em movimento (reflexos dos tons vivos sobre a água e galhos retorcidos). A nova geração de artistas buscava recomeçar sem se preocupar com a composição. Na ânsia de pintar o estado de graça, muitas vezes aplicava-se a tinta diretamente na tela, onde os vermelhos, os amarelos, os verdes uivavam e antecipavam o gosto moderno pela cor pura. Era o novo espírito de síntese, que deixava para segundo plano o desenho e a forma. Os elementos formais tornaram-se deformadores e criavam contrastes ou harmonia de coloridos inexistentes no mundo visível. Não se deixaram escravizar pelos aspectos visuais da realidade e do naturalismo. A nova arte surgiu como verdadeira libertação da realidade objetiva e foi construída pelas sensações visuais impulsivas dos artistas.

Características da pintura

O fauvismo tem como características marcantes:

A simplificação das formas e utilização maciça de cores puras;
A pouca, ou nenhuma, gradação entre os matizes;
As pinceladas, largas e definitivas, que continham espontânea gestualidade;
A utilização da cor na delimitação dos planos e na sensação de profundidade;
A escolha dos matizes sem relação com a realidade;
O movimento rítmico sugerido pelas linhas, texturas e pela continuidade dos elementos desenhados;
Impulsividade e experimentação, em vez de exaustivos estudos preparatórios;
Temas quotidianos que retratavam emoções e a alegria de viver;
A tradução de sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens;

Principais artistas do movimento

Albert Marquet
Andre Derain
George Rouault
Henri Matisse
Jean Puy
Kees Van Dongen
Maurice de Vlaminck
Raoul Dufy

Fontes:
http://www.pitoresco.com.br/art_data/fauvismo/index.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fovismo